A Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina informou na quarta-feira (23) que o estado está em alerta após a retirada da vacinação contra febre aftosa no vizinho Paraná.

Há 26 anos sem focos da doença, os catarinenses reforçam o controle sanitário durante este período de transição, já que a partir de novembro o Paraná irá suspender a vacinação contra a aftosa, deixando imunizar 9,2 milhões de bovinos.

Segundo a secretaria, essa decisão não muda as normas vigentes em Santa Catarina, ou seja, continua proibida a entrada de bovinos e bubalinos de outros estados, inclusive do Paraná.

No último dia 15 de outubro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou o Paraná a suspender a vacinação contra aftosa a partir de novembro e a intenção é de que em 2021 o estado seja reconhecido como área livre da doença pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), como já aconteceu com Santa Catarina em 2007.

O secretário da Agricultura Ricardo de Gouvêa lembrou que Santa Catarina segue como o único estado brasileiro reconhecido pela OIE como livre de aftosa sem vacinação, o que coloca os catarinenses em uma posição privilegiada na busca por mercados e demonstra o cuidado extremo com a saúde dos seus animais.

“Aqui, todos os animais são identificados para que possamos comprovar que são nascidos e criados em solo catarinense. A retirada da vacinação no Paraná irá nos demandar uma vigilância ainda maior nesse primeiro momento já que o nosso rebanho não recebe vacina há 19 anos e não tem nenhuma imunidade contra a doença”, disse Gouvêa.

A principal preocupação de Santa Catarina é quanto à comprovação de origem dos animais nascidos no estado vizinho. “O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa não prevê a comprovação de origem dos animais, assim não é possível identificar onde os bovinos e bubalinos nasceram. As exigências internacionais são claras e preveem a identificação, registro e a rastreabilidade dos bovinos e é nisto que Santa Catarina acredita”, explicou o secretário.

Além do controle do trânsito de animais e produtos de origem animal nas fronteiras, em Santa Catarina todos os bovinos e bubalinos são identificados e rastreados. Não é permitida a entrada de bovinos provenientes de outros estados. Para que os produtores tragam ovinos, caprinos e suínos criados fora de Santa Catarina é necessário que os animais passem por quarentena tanto na origem quanto no destino, e que façam testes para a febre aftosa, exceto quando destinados a abatedouros sob inspeção para abate imediato.

O governo estadual mantém ainda um sistema permanente de vigilância para demonstrar a ausência do vírus de aftosa em Santa Catarina. Continuamente, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) realiza inspeções clínicas e estudos sorológicos nos rebanhos, além de dispor de uma estrutura de alerta para a investigação de qualquer suspeita que venha a ser notificada pelos produtores ou por qualquer cidadão. A iniciativa privada também é parceira nesse processo, por meio do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa). (CarneTec)