A grande oferta de animais na Argentina e a demanda internacional aquecida por carne bovina neste ano tendem a favorecer a Minerva e a Marfrig, ambas com operações no país vizinho, segundo analistas do BTG Pactual em relatório divulgado à imprensa na segunda-feira (14).

O setor de carne bovina argentino tem exportado grandes volumes para a China, sendo o principal fornecedor deste produto para o país asiático num momento em que casos de peste suína africana resultaram no aumento da demanda chinesa por proteínas.

A Argentina também tem acesso, desde novembro de 2018, ao mercado dos Estados Unidos, que elevou o número de frigoríficos argentinos autorizados a exportar para o país na semana passada. Entre os cinco novos habilitados, está a planta da Quickfoods controlada pela Marfrig.

“Com a crescente demanda vinda da China também colaborando (margens e importações do país cresceram substancialmente), acreditamos que o cenário positivo do setor continue a favorecer a lucratividade dos negócios da Minerva e, em menor medida, da Marfrig na Argentina, apesar da turbulência econômica doméstica”, escreveram os analistas do BTG no relatório.

Variações bruscas na taxa de câmbio poderão impulsionar ou prejudicar a lucratividade do setor no curto prazo, mas estes movimentos tendem a se normalizar no longo prazo, segundo os analistas.

A Marfrig tem duas plantas de carne bovina na Argentina com capacidade de abater 1,2 mil cabeças por dia e produzir 39 mil toneladas de hambúrguer por ano, segundo informações do mais recente comunicado de resultados financeiros da companhia referente ao segundo trimestre.

Já a Minerva, que opera na Argentina por meio de sua subsidiária Athena Foods, tem cinco plantas de abate e desossa e duas de processamento no país, com capacidade de abater cerca de 5 mil cabeças de gado por dia, segundo informações no site da companhia. As operações da empresa no país produzem 17% de toda a carne bovina embarcada pela Argentina. (CarneTec)