Após o governo anunciar ontem à noite o fim de benefícios fiscais, as ações de BRF, JBS e Cosan estão entre os destaques de queda do Ibovespa, com perdas de 1,44%, 1,24% e 1,52%, nesta ordem, enquanto o índice cedia 1,24%, aos 65.369 pontos. Fora do Ibovespa, São Martinho ON cedia 1,20%.

As companhias de carne de aves e suínos e de açúcar e etanol tendem a sentirem mais os efeitos da retirada de benefícios de desoneração da folha de pagamento, afirma análise do Itaú BBA. A medida foi anunciada ontem pelo governo brasileiro para mais de 50 setores.

Especificamente a BRF se beneficiou de uma baixa taxa de encargos salariais sobre as receitas de carne de frango in natura (1%) e do fato das receitas de exportação deste produto estarem completamente isentas do cálculo, diz o Itaú BBA.

Já as empresas que concentram suas operações em carne bovina, como Minerva e Marfrig, devem ter um impacto mínimo, já que apenas uma fatia de 5% das receitas teve subsídio. Há pouco, Minerva subia 0,30%, enquanto Marfrig caía 0,51%.

Ainda conforme o Itaú BBA, a Ambev não foi beneficiada. O impacto, portanto, é desprezível. Instantes atrás, o papel tinha leve ganho de 0,33%.

A equipe de análise do Credit Suisse escreveu que entre os setores cobertos pelo banco, devem sofrer impacto negativo sobre as margens os seguintes: tecnologia da informação (incluindo fabricantes de software e call centers), indústrias de alimentos, e fabricantes de equipamentos de transporte, incluindo a Embraer, cujo papel há pouco registrava ligeiro aumento de 0,11%.

“Para setores como varejo e papel e celulose, acreditamos que o impacto negativo dos benefícios fiscais menores já foi sentido em 2016. Por exemplo, a isenção fiscal para o setor de varejo declinou 86% em 2016 ante 2015, conforme dados do governo”, diz relatório do Credit Suisse.

Os analistas do Credit Suisse destacaram uma visão negativa para Totvs (+2,65%), BRF e Embraer. (AE)