Os Estados Unidos e o Japão assinaram um acordo comercial na quarta-feira, 25 de setembro, que abrirá os mercados japoneses para produtos agrícolas norte-americanos, garantindo vitória ao governo de Donald Trump, que também trabalha para concluir pactos comerciais com China, Canadá, México, entre outros países, informou o The New York Times.

O acordo, anunciado quando o presidente Trump se reuniu com o primeiro-ministro Shinzo Abe, do Japão, à margem de uma reunião de líderes mundiais em Nova York, reduzirá as barreiras japonesas à carne bovina, suína, trigo, queijo, amêndoas, vinho, entre outros produtos norte-americanos. Em contrapartida, o governo dos EUA se comprometeu em promover cortes de tarifas norte-americanas em turbinas japonesas, máquinas-ferramentas, bicicletas, chá verde, flores, entre outros produtos. Os dois países também chegaram a um acordo sobre comércio digital.

Em uma entrevista coletiva na quarta-feira, Trump disse que abertura do mercado japonês renderá US$ 7 bilhões aos EUA (somente com comércio de produtos agrícolas), chamando o pacto de “uma grande vitória para os agricultores e pecuaristas e norte-americanos”.

O acordo com o Japão pode ajudar a acalmar as críticas de agricultores norte-americanos que se queixaram de mercados perdidos como resultado da guerra comercial de Trump com a China e a retirada dos EUA do Acordo Global e Progressivo para a Parceria Transpacífica (CPTPP). Atualmente, os principais concorrentes dos EUA no mercado japonês desfrutam de taxas tarifárias significativamente mais baixas, favorecidos pelo CPTPP.

Elogios do setor de carnes – O secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, emitiu uma declaração sobre a assinatura do novo acordo: “Este acordo é particularmente uma grande vitória para os nossos agricultores e pecuaristas”, disse Perdue, segundo texto divulgado pela GlobalMeatNews.

Segundo presidente da Federação de Exportação de Carne dos EUA (USMEF), Dan Halstrom, “com o Japão sendo o destino de maior valor para as exportações de carne suína e bovina dos EUA (total de US$ 3,7 bilhões em 2018), não há mercado mais importante para o avanço da lucratividade da indústria de carne vermelha dos EUA. “A indústria pode expandir ainda mais a sua base de clientes neste mercado cada vez mais competitivo”, ressaltou Halstrom.

A CEO do Meat Institute, Julie Anna Potts, disse que, com a assinatura do acordo, os produtores norte-americanos estarão melhor posicionados para competir com os países inseridos no Acordo CPTPP.