O Ministério da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais da Coreia do Sul confirmou, nesta quarta-feira, a identificação do segundo surto da peste suína africana (ASF, na sigla em inglês) no país. O foco foi detectado na cidade de Yeoncheon e levou à eliminação de 4,7 mil animais.
Ontem, as autoridades sul-coreanas anunciaram que o vírus tinha sido identificado em três fazendas do mesmo proprietário, na cidade de Paju, vizinha de Yeoncheon, levando ao abate sanitário de 4 mil animais. Foi o primeiro surto registrado no país. Segundo dados do ministério, o país tem um plantel de aproximadamente 11,3 milhões de suínos.
A região atingida faz fronteira com a Coreia do Norte, que detectou a presença do vírus em maio. No entanto, o governo sul-coreano disse que ainda não é possível confirmar a rota de origem da doença. A presença do vírus foi confirmada por testes de laboratório. Autoridades locais afirmaram que as medidas para desinfetar fazendas e veículos de transporte de animais foram ampliadas.
A corretora Kiwoom Securities disse, em relatório diário, que a disseminação da doença pode ser favorável para os distribuidores locais de carne suína, porque o avanço da epidemia sobre o plantel pode gerar escassez de produção e até reduzir um excesso de oferta. Contudo, a corretora pondera que é provável que o incidente tenha um impacto limitado, já que a indústria pecuária da Coreia do Sul está bem preparada para combater doenças animais.
Com 50 milhões de consumidores, a Coreia do Sul importa cerca de US$ 1,5 bilhão por ano em carne suína. Exportadores dos Estados Unidos avaliam se a disseminação da doença pela Coreia do Sul pode resultar em maior importação do produto norte-americano. Em 2018, os EUA exportaram cerca de 220 mil toneladas de carne suína para o país asiático. “Este segundo caso (de peste suína) em poucos dias aumentou dramaticamente a preocupação de que a doença se espalhe sem restrições pela Coreia do Sul, como ocorreu no resto do Sudeste Asiático”, observa a consultoria AgResource Co.
Alguns especialistas em saúde animal consideram que o atual surto da PSA é a maior epidemia animal conhecida da história. No continente asiático, a doença já foi detectada nos plantéis de China, Vietnã, Mongólia, Camboja, Laos, Mianmar, Coreia do Norte e Filipinas.
Mais cedo, o governo da Tailândia negou rumores de que houvesse identificado a doença no país. Relatos da mídia local citavam abate de 200 animais por infecção com o vírus no norte do país. (AgroNews)