A safra recorde de 239,8 milhões de toneladas de grãos esperada para este ano deve superar em 1,4 milhão de toneladas o montante obtido em 2017, o último recorde registrado até então. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de agosto, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O clima estava melhor no ano de 2017 do que em 2019, mas houve aumento na área plantada, explicou Carlos Alfredo Guedes, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE. O resultado previsto em agosto deste ano é 108,1 mil toneladas maior que o estimado em julho, mas não deve mudar muito mais até o fim do ano, avaliou o pesquisador.
“A gente acredita que não deve sair muito desse número que estamos divulgando”, estimou Guedes.
O pesquisador projeta que falta colher cerca de 7,5 milhões de toneladas de grãos que ainda estão no campo, entre trigo, outras culturas de inverno, feijão de terceira safra e milho de segunda safra.
Em 2019, o avanço na produção agrícola nacional foi puxado pelo milho, que tem rendimento maior que o da soja por hectare cultivado.
“Por hectare, a gente produz bem mais milho do que soja. Como a gente aumentou o milho este ano, teve aumento na produção”, explicou Guedes. “Um hectare dá quase o dobro de milho do que dá de soja”, completou.
A estimativa da produção de milho cresceu 0,1% na passagem de julho para agosto, totalizado 98,9 milhões de toneladas, novo recorde de produção, 88.060 toneladas a mais que o estimado no mês anterior. A produção de milho será 21,5% maior do que a de 2018.
Na primeira safra de milho, a produção alcançou 25,7 milhões de toneladas, queda de 0,1% em relação ao ano anterior. Para a segunda safra, a estimativa da produção deve alcançar recorde de 73,1 milhões de toneladas, aumento de 0,4% em relação ao estimado no mês anterior. O resultado é 5,5 milhões de toneladas maior que o da safra de 2017, até então a maior produção obtida no País, quando registrou 67,6 milhões de toneladas. Os aumentos mais expressivos na produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Piauí (9,6%), Ceará (35,1%) e Goiás (5,1%, mais 498,0 mil toneladas). (AE)