Milho
Esta foi uma semana sem grandes novidades para o cenário de comercialização com o milho.
E como já estava sendo observado desde o final de agosto, as negociações nos portos para exportação caminharam a passos lentos, com o recuo do câmbio esfriando ainda mais novas vendas.
Aliás, após bater a máxima recente em R$ 4,18/US$ na última segunda-feira (02/set), o dólar devolveu parte dos ganhos e encontra novo equilíbrio ao redor de R$ 4,09.
No mercado físico, a dificuldade em se chegar a um acordo sobre os preços continua limitando o fluxo de negócios, com a menor demanda da ponta compradora colaborando para a apatia do mercado.
Em Primavera do Leste/MT, as indicações ficam ao redor de R$ 24,50/sc, ligeiramente abaixo do registrado na semana anterior (entre R$ 25,00 e R$ 25,50/sc).
Já em bolsa, os contratos devolveram os ganhos da semana anterior, perdendo importantes suportes de preços. O contrato para nov/19 recua 0,06 pontos nessa manhã e tem parcial em R$ 37,71/sc.
Boi gordo
A oferta limitada de animais terminados na maioria das praças brasileiras dá o tom do mercado sustentado, e com a primeira metade do mês ainda em curso, a expectativa segue mais positiva para o lado da demanda.
Na parcial deste ano, o spread do atacado (diferença de preços entre a carne bovina vendida no atacado e a arroba do boi gordo) registra-se em 1,84%, marcando o terceiro ano consecutivo de médias positivas, fato inédito.
O spread foi mais acentuado no mês de junho, quando chegou a 4,21%, a variação aconteceu pelo caso atípico de vaca louca no MT, com intensa desvalorização das indicações no balcão.
Em agosto/19, o spread de carnes ficou em 0,36%, operando na faixa positiva em boa parte dos dias, entretanto fechou em valores negativos na última semana do mês.
Ontem (05/set), o indicador Esalq/B3 ficou em R$ 156,70/@, avanço de 0,03% no comparativo diário.
Na B3, o contrato para outubro/19, fechou a R$ 160,15/@ – queda de 0,25 pontos ante o fechamento anterior. O contrato para novembro/19, fechou a R$ 162,30/@, queda de R$ 0,50 ante o fechamento anterior.
Soja
A notícia de nova rodada de negociações entre EUA e China não refletiu em grandes variações para as cotações em Chicago.
O fato é que o mercado segue se desgastando pela retórica comercial entre os dois países, e o adiamento de novas conversas para o próximo mês também pesou para a posição mais cautelosa dos investidores.
Além da disputa comercial em jogo, os mapas climáticos continuam indicando período favorável ao desenvolvimento das culturas por lá, não colocando riscos expressivos as lavouras no curto prazo.
No mercado doméstico, os prêmios também não mostraram fortes variações na semana, com os embarques para out/19 registrando prêmios ao redor de US$ 1,35/bushel.
A disputa sino-americana, as lavouras nos EUA em condições positivas, além da China importando volumes menores, não coloca fatores de explosões de preços para a soja brasileira no curto prazo, especialmente com o dólar mais fraco.
Portanto, as cotações devem reagir as relações de oferta e demanda locais, com possibilidade de indicações sustentadas pelo período de entressafra, e variações regionalizadas.