O presidente Michel Temer, aproveitou a reunião com os ministros e líderes da base aliada, convocada para pedir empenho de todos na aprovação e convencimento dos deputados em relação à necessidade de aprovação da reforma da Previdência, para explicar a Operação Carne Fraca.

Temer tentou minimizar os efeitos da operação da PF, apresentando o que chamou de “real dimensão” dos fatos. Informou ainda que os Ministérios da Agricultura, da Indústria e Comércio e das Relações Exteriores estão empenhados em restaurar a normalidade em relação aos produtos brasileiros.

O presidente deixou clara também a sua preocupação com o impacto destes fatos sobre os empregos que poderão ser perdidos por conta da redução de consumo de carne não só no Brasil, como no exterior, inclusive por conta do bloqueio de vários países às exportações de produtos brasileiros.

“Queremos que todos fiquem bem informados”, comentou Temer, ao relatar todas as ações de governo dos últimos dois dias.

Em sua fala para ministros e parlamentares, Temer fez questão de insistir nos números que o governo está divulgando desde ontem, tentando demonstrar que os problemas foram pontuais. Disse que o momento é de todos concentrarem seus esforços para tentar impedir que haja embargo à carne brasileira porque este é um setor muito importante na balança comercial.

Destacou também que as suspeitas de conduta irregular recaem apenas sobre 33 dos 11 mil funcionários e que somente em 2016, foram expedidas 853 mil partidas de produtos de origem animal do Brasil para o exterior e apenas 184 foram consideradas, pelos importadores, fora de conformidade, muitas vezes por causa de temas não sanitários, como rotulagem e preenchimento de certificados.

Temer não usou a reunião para criticar a Polícia Federal. Mas, no Planalto, há um “incômodo muito grande” com a atuação da PF neste caso. Um assessor palaciano chegou a falar da preocupação com matérias que diziam que a atuação da polícia foi baseada em apenas um laudo técnico.

Mas, outros interlocutores minimizaram esse dado salientando que, a ação da Polícia Federal, na verdade, foi baseada em investigação de desvio de conduta de funcionários da fiscalização de produtos. Acrescentaram ainda que “o estrago já está feito” e que o governo, agora, “tem de correr atrás do prejuízo e tentar reduzir os danos ao mínimo possível”. (AE)