Hu Chunhua, vice-premier do Conselho de Estado da República Popular da China, fez algumas observações sobre itens que dificilmente aparecem em documentos aprovados pelo governo para consulta pública, sendo elas:
• O vírus da peste suína africana (ASF) é agora endêmico na China;
• Segundo Hu, investigações sem anúncio prévio encontraram um grande número de suínos mortos onde nenhuma doença havia sido reportada, indicando que o número de casos reais de ASF excede o número reportado;
• Hu reconheceu que o fornecimento de carne suína na China será “extremamente grave” durante o último trimestre deste ano e a primeira metade de 2020;
• O governo chinês estima que o país terá um déficit de 10 milhões de toneladas de carne suína neste ano;
• O vice-premier projeta que o déficit chinês de 10 milhões de toneladas de carne suína excede o que está disponível no mercado internacional;
• Estimativas mensais dos estoques de suínos são realizadas pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais, e são baseados no monitoramento de 4.000 aldeias de criação de porcos e 13.000 fazendas de grande escala;
• A criação de frangos, por ser de ciclo rápido, será o principal substituto para preencher o déficit chinês de proteína suína. Segundo Hu, neste ano, a China fará de tudo para aumentar a sua produção de aves em 3 milhões de toneladas;
• Após anos priorizando o controle da poluição por esterco, fechando ou movendo fazendas, agora as autoridades locais são acusadas de zelo excessivo, e são ordenadas a recuperar áreas onde a criação de gado foi proibida, além de pagar para reconstruir granjas de suínos;
• Hu reconheceu que não houve muito progresso no controle da poluição causada pelo esterco;
• Líderes locais da produção de suínos pedem a construção de abatedouros em suas áreas, pois fazendas subsidiadas não geram receita tributária e os animais são transportados para outras regiões para serem abatidos. Esse padrão é dado como insustentável, pois o transporte de animais entre regiões favorece a disseminação da doença;
• Hu reconheceu se tratar de um problema conjuntural, além do baixo financiamento para serviços sanitários básicos.