Milho
Para as exportações, essa foi uma semana mais calma, já que os carregamentos de curto prazo são contratos fechados anteriormente, com novas negociações voltadas para a soja neste momento.
Os prêmios do milho em Paranaguá giram em torno de US$ 0,30/bushel, patamar que tem se mantido nas últimas semanas.
Com as exportações mais frias, o principal vetor na precificação tem sido a relação de oferta e demanda no mercado interno. Neste sentido, as quedas das indicações desde o último relatório do USDA travaram as negociações.
E nesta semana não foi muito diferente, produtores continuam resistentes a entregar grandes lotes, mantendo o balcão sustentado. O indicador do CEPEA subiu 1,75% nos últimos 7 dias, com parcial em R$ 37,18/sc (29/ago).
Por fim, o destaque nesta semana fica para a valorização dos contratos futuros em bolsa. As altas em Chicago, a apreciação cambial e o mercado físico sustentado deram vazão ao movimento de recuperação.
O contrato para set/19 subiu 2% ao longo da última semana, com fechamento na véspera em R$ 37,23/sc. O vencimento para nov/19 avançou em intensidade ainda maior, a alta de 2,5% no mesmo período, com última parcial em R$ 38,45/sc (29/ago).
Boi gordo
O mercado físico em São Paulo segue impulsionado, diante do início do próximo mês e da restrição de oferta. Nas praças paulistas, a arroba variou entre R$ 158-159/@, majoritariamente (para descontar impostos).
Os frigoríficos têm aumentado gradualmente as suas indicações de balcão, na tentativa de preencher as escalas para a primeira quinzena de setembro, quando o consumo de carne bovina é maior.
Além disso, segundo dados divulgados pela ABRAFRIGO (Associação Brasileira de Frigoríficos), ontem (30/ago), o volume de exportações de carne bovina in natura e processada chegou a 161.304 toneladas em julho, maior exportação deste ano, com avanço de 1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Ontem (28/ago), o indicador Esalq/B3 ficou em R$ 156,55/@, queda de 0,73% no comparativo diário.
Na B3, o contrato para outubro/19, o mais negociado do dia, fechou em R$ 160,90/@ – alta de 0,30 pontos ante o fechamento anterior.
As empresas brasileiras de carne bovina mostraram alta nas ações nessa quinta-feira (29/ago), reflexo do otimismo gerado pela abertura do mercado da Indonésia para carnes do Brasil. Dentre elas, a Minerva Foods, Marfrig e JBS, avançaram 3,16%, 6,78% e 2,65%, respectivamente.
Soja
As valorizações para a soja foram mais expressivas nesta semana. As cotações em Chicago vinham caindo desde o início deste mês, mas as altas recentes retiraram os preços do seu canal de baixa.
Nesta manhã (30), o contrato com vencimento mais curto na CBOT (set/19), ganha 4,75 cents/bushel, acumulando valorização de 2,25% ao longo da semana.
As altas são puxadas pelo clima norte-americano, especialmente com preocupações sobre o furacão Dorian, que ameaça chegar a Flórida neste final de semana. O furacão tem categoria 1 (de um máximo de 5), mas pode alcançar categoria 3 ao se aproximar do sul dos EUA.
A presença do fenômeno embaralha as previsões climáticas por lá, e geram temores de que o furacão possa alterar o tempo na região agrícola dos EUA, trazendo um período de estiagem capaz de comprometer o desenvolvimento das lavouras.
Além disso, EUA e China continuam tratando sobre a disputa comercial, com o porta-voz do Ministério do Comércio Chinês, Gao Feng, confirmando que novas reuniões devem acontecer em setembro.
No mercado doméstico, as altas em Chicago e o avanço do dólar sobre o real estimularam negociações. Foram registradas vendas por R$ 77,00/sc em Primavera do Leste/MT (retirada imediata), e por R$ 90,50/sc em Paranaguá (alta mensal de 12%).