O crescimento da população mundial e a elevação da renda per capita refletirão em uma forte expansão do consumo de proteína animal. Nesse cenário, o Brasil reúne condições de qualidade e sanidade para alavancar sua produção e exportação – o que beneficiará todos os elos da cadeia produtiva que estiverem capacitados para aproveitar as oportunidades.
Essa é a avaliação dos CEOs de três entre as maiores empresas do setor no país: BRF, JBS e Aurora Alimentos. Os executivos compartilharam suas análises e prognósticos durante o segundo dia do Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS), na quarta-feira (28), na capital paulista. Promovido pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o evento se encerra nesta quinta-feira (29).
CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni chamou a atenção para um dado estatístico: até 2050, o planeta demandará 70% mais de proteína animal do que é ofertado hoje. “O mundo vive um momento especial para as proteínas, com aumento do consumo. O desafio é estarmos preparados para atender a essa demanda”, ressaltou. As informações são da assessoria de imprensa do evento.
Tomazoni também apontou a relevância de as empresas atenderem com precisão às necessidades dos clientes. “O consumidor está cada vez mais exigente e consciente. Precisamos estar superfocados nessa nova geração, que busca uma alimentação mais saudável, se preocupa com o ambiente e com o bem-estar animal e quer garantia de origem.”
Destacando que a carne suína e a de frango estão entre as proteínas que mais avançam no mercado mundial, o CEO Global da BRF, Lorival Luz, salientou que o ritmo acelerado de expansão vem das economias emergentes – como China e Índia.
“Temos uma grande oportunidade de nos posicionarmos adequadamente para atender a esse crescimento. Nossa credibilidade e imagem vão fazer com que o Brasil consiga aproveitar as oportunidades”, afirmou o executivo. “O desafio é atender à demanda mundial com regras de food safety e em linha com exigências dos principais mercados e clientes. É um movimento que leva tempo e exige maturidade”, complementou.
À frente da Aurora Alimentos, Mário Lanznaster detalhou os benefícios do sistema de integração. “Quando se organiza tudo direito, todos ganham, tanto a integradora como o integrado”, afirmou. De acordo com o presidente da cooperativa, os resultados desse sistema são a produção padrão e programada, com garantia da entrega e apoio de assistência técnica especializada. “Podemos alimentar boa parte do mundo, correspondendo às exigências de cada mercado”, disse, exemplificando que países como China e Rússia não aceitam a utilização de ractopamina na dieta de suínos.
Como mediador do painel dos CEOs, o vice-presidente e diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, enfatizou a capacidade do setor de fazer frente ao aumento da demanda global. “O Brasil não vai abrir mão da responsabilidade que conquistou para a segurança alimentar mundial. A rastreabilidade é uma das principais garantias da qualidade e da sustentabilidade da nossa produção.” (CarneTec)