Milho
As valorizações do câmbio, e o mercado físico sustentado para o cereal reajustam positivamente as indicações nos futuros.
Além disso, as altas para os contratos em Chicago também contagiam o equilíbrio na bolsa brasileira. Por lá, pesam os mapas climáticos para a região do Corn Belt, indicando temperaturas menores e precipitação abaixo da média nos próximos dias.
O contrato para set/19 voltou aos patamares em R$ 37,00/sc, não registrados desde a divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA.
O vencimento para nov/19 também recupera alguns dos seus patamares de preços, com parcial nesta manhã em R$ 38,45/sc (+R$ 0,12/sc).
No mercado físico, as negociações continuam cadenciadas, com indicações de compra em Campo Verde e em Sorriso/MT entre R$ 26,00 e R$ 27,00/sc (FOB – retirada imediata).
O indicador do CEPEA também tem passado por revisões positivas, com último fechamento em R$ 36,83/sc (+0,57%).
Boi gordo
A necessidade de recompor as programações de abate, em preparação ao início do próximo mês, fez com que os frigoríficos indicassem preços mais altos aos produtores nesta semana.
O atacado também conta com novas altas, o avanço de 1,90% desde o início do mês eleva a média da carcaça casada bovina para R$ 10,40/kg.
Mas o destaque fica para o comunicado da Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, nesta quarta-feira (28/ago), anunciando a abertura do mercado da Indonésia para as carnes brasileiras. Segundo ela, serão habilitadas 10 plantas para exportação de pelo menos 25 mil toneladas de carne bovina.
A ministra esteve reunida com o ministro da Agriculta da Indonésia em maio, e afirmou durante o encontro que o Brasil têm condições de suprir a demanda por proteína animal dos indonésios, e que pode oferecer preços mais competitivos que o principal fornecer do país, a Austrália.
Ontem (28/ago), o indicador Esalq/B3 fechou R$ 157,70/@, alta de 0,51% no comparativo diário. Com a máxima registrada em R$ 163,47/@.
Na B3, o contrato para outubro/19, o mais negociado do dia, fechou R$ 160,60/@ – alta de 0,20 pontos ante o fechamento anterior.
Soja
Os futuros da soja têm novas altas no início do pregão hoje (29/ago), com as altas sendo motivadas por preocupações climáticas sobre a safra norte-americana.
As menores temperaturas, previstas para os próximos dias, pode atrasar o desenvolvimento das culturas, adicionando um temor sobre o efeito de geadas nas áreas de soja.
Já os prêmios nos portos brasileiros contrabalancearam as altas em Chicago e a apreciação cambial, esfriando as negociações para exportação.
Neste sentido, os prêmios podem reagir se novas tarifas entre EUA e China forem adotadas, com impactos também sobre o mercado de câmbio.
E ainda, relata-se disputa pelo grão em Goiás, com indústrias e exportadores buscando a matéria-prima. Neste ambiente, as cotações seguem sustentadas, com registro de vendas entre R$ 79,00/sc (FOB) para retirada no próximo mês.
Aliás, em relatório nesta semana, o CEPEA trouxe sua perspectiva de preços fortalecidos no horizonte, tendo como pano de fundo um câmbio valorizado, baixo excedente do grão e também a expectativa de maiores demandas externa e interna.