Milho
A valorização do dólar sobre o real mantém o milho brasileiro competitivo nos portos, especialmente após a queda das indicações, que passaram a registrar propostas em R$ 38,00/sc para entrega em setembro e outubro.
Entretanto, a distância entre os preços oferecidos e os desejados ainda travam as negociações, um cenário generalizado em diferentes estados do país.
Aliás, ainda existem bons volumes de milho para chegar ao mercado. Mas a queda das indicações para a compra do cereal enxugou a liquidez no mercado físico, com pouquíssimos negócios sendo registrados.
Já as variações em bolsa foram mais intensas nesta semana, mas sem muita força para uma recuperação consistente.
O contrato para set/19 fechou o pregão da véspera (22/ago) em R$ 36,49/sc, acumulando tímido avanço de 0,25% na semana. O nov/19 fechou ontem em R$ 37,50/sc mas ainda acumula baixa de -0,27% no mesmo período.
Boi gordo
Nesta quinta-feira (22/ago), a arroba do boi gordo manteve-se sustentada dentre as praças analisadas pela Agrifatto.
Neste cenário, os frigoríficos mostram dificuldades em preencher as escalas de abate para o próximo mês, tanto pela menor disponibilidade de animais prontos neste momento, mas também pela resistência da ponta vendedora em aceitar os valores propostos.
No curto prazo, a disponibilidade deve continuar restrita, e combinado com a aproximação da virada do mês, o mercado pode registrar um cenário de preços mais fortalecidos pela arroba.
No atacado, a carcaça casada bovina fechou com média em R$ 10,37/kg, queda de 0,10% no comparativo diário.
Ontem (22/ago), o indicador Esalq/B3 ficou em R$ 155,05/@, alta de 0,23% no comparativo diário. Na B3, o contrato para outubro/19 foi o mais negociado do dia, com fechamento em R$ 160,30/@ – alta de 0,10 pontos ante o fechamento anterior.
Por fim, o Instituto de Economia Agrícola (IEA), divulgou o índice que mede a variação dos preços recebidos pelos agricultores paulistas (IqPR), caindo 0,69% na primeira semana de agosto em relação à de julho de 2019.
Soja
As negociações nos portos brasileiros continuam aceleradas, com novas negociações sendo reportadas nesta semana.
A valorização do dólar, junto com os prêmios em alta abriram boas oportunidades de comercialização.
Além disso, a China ainda deve ter demanda a ser atendida em outubro e em alguma medida, novas compras para setembro também deverão ser registradas. Ou seja, a manutenção do cenário atual deve continuar sustentando os prêmios nos portos e enxugando os estoques brasileiros.
A maioria dos negócios em Paranaguá foram fechados entre R$ 88,00 e R$ 89,00/sc para entrega nos próximos dois meses.
Em Chicago, as cotações abrem o pregão hoje com novas quedas, as desvalorizações ao redor de 7,50 cents/bushel coloca todos os contratos até maio/2020 abaixo de US$ 9,00/bushel.
As quedas acontecem pela incerteza sobre o tamanho da próxima safra americana, além da continuidade da guerra comercial sino-americana.
Afinal, a demanda chinesa continua voltada para o Brasil, enquanto escoar os volumosos estoques americanos permanece como um grande desafio.