Brasil segue de olho nas condições reais das lavouras de soja dos Estados Unidos. O crop tour realizado pela consultoria americana Pro Farmer trará atualizações e percepções de como andam as lavouras de soja no país. O terceiro dia de visitas passou por Illinois e Iowa, ambos apresentaram desenvolvimentos piores das plantas.

Illinois

As lavouras de soja em Illinois, na região central dos Estados Unidos, estão se desenvolvendo pior neste ano, na comparação com a média dos últimos três anos, segundo avaliação dos participantes do crop tour, realizado pela consultoria Pro Farmer.

A contagem de vagens da soja chega a uma média de 997,68 em uma área de três pés por três pés, ante as 1.292,59 da média dos últimos três anos. No ano passado, o crop tour estimou a contagem de vagens em 1.328,91 em uma área de três pés por três pés.

Iowa

As lavouras de soja de Iowa, estado no oeste dos Estados Unidos, também apresentam problemas neste ano.

A contagem de vagens da soja soma 1.095 em uma área de três pés por três pés na primeira amostra, 1.196 na segunda e 1.221 na terceira. Na média dos últimos três anos, a contagem de vagens atinge 1.098, 1.227 e 1.319, respectivamente. No ano passado, somavam 1.081 na primeira, 1.260 na segunda e 1.445 na terceira.

Nebraska

As lavouras de soja do estado de Nebraska, no centro-norte dos Estados Unidos, também apresentam um desenvolvimento ruim neste ano.

A contagem de vagens da soja chega a uma média de 1.210,83 em uma área de três pés
por três pés, acima da média dos últimos três anos que era de 1.217,72. No ano passado, o crop tour estimou a contagem de vagens em 1.299,08.

O rendimento para a soja indica uma variação muito grande. A contagem de vagens em um espaço de 3 por 3 pés teve números entre 794 e 1.359 no estado.

Indiana

As lavouras de soja no estado de Indiana, no leste dos Estados Unidos, apresentam um desenvolvimento pior neste ano, se comparado com a média dos últimos três anos, segundo a Pro Farmer.

A contagem de vagens da soja chega a 923,94 em uma área de três pés por três pés, ante a média dos últimos três anos de 1.219,69. No ano passado, o crop tour estimou a contagem de vagens em 1.311,87 em uma área de três pés por três pés.

A Pro Farmer não avalia o potencial de produtividade das lavouras americanas devido à indefinição de uma série de fatores que podem prejudicar o rendimento. Agosto é um mês crítico para a definição do potencial produtivo.

Dakota do Sul

A primeira constatação veio de Dakota do Sul, onde a produtividade da soja deverá ficar abaixo da obtida no ano passado. A contagem de vagens em um espaço de 3 por 3 pés teve números entre 656 e 900 vagens no estado, com média de 832,85. Em 2018, o número final para Ohio ficou em 1.024. A média atual é a pior dos últimos três anos, que era de 964,96 vagens.

“Em geral, as lavouras de milho e soja ainda não estão na fase de maturação. Ainda vai levar um tempo para que a planta alcance seu potencial cheio de rendimento”, afirmou o líder da equipe que percorre o oeste dos estados produtores americanos, Jeff Wilson.

Ohio

Em Ohio a perspectiva é a mesma, a produtividade da soja e do milho deverão ficar abaixo da obtida no ano passado.

A contagem de vagens em um espaço de 3 por 3 pés teve números entre 700 e 970 vagens no estado. Em 2018, o número era de 1.248.

“Milho e soja precisam de tempo e umidade para definir o potencial produtivo”, afirmou o líder da equipe que percorre o leste dos estados produtores americanos, Brian Grete.

Aprosoja também viu problemas

A dúvida de muitos produtores brasileiros a respeito dos dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a safra americana de soja, parece fazer sentido. Em um tour pelo cinturão agrícola do país, os representantes da Aprosoja disseram que nem mesmo os norte-americanos concordaram com o último relatório divulgado pela entidade.

Segundo o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz, o relatório foi uma decepção e as informações não estão conectadas com a realidade que foram observadas. “Alguns estados estão com as lavouras muito prejudicadas, muitas áreas sem plantio, semeadura fora da janela ideal. Então é meio duvidoso os dados do USDA. Nem o produtor americano está concordando com as informações repassadas pela entidade, assim com os nós brasileiros”, relata. Continue lendo . . . 

Os problemas climáticos fizeram com que muitos produtores adiassem o início da semeadura e, até por esta razão, muitas áreas não foram nem plantadas. Entretanto a possibilidade de problemas não para por ai. Muitos produtores estão relatando receio quanto à época da colheita, afirma o representante da Famato, Marcos da Rosa, após passar por lavouras em Illinois e Wisconsin. (Canal Rural)