A semana começa com os mercados atentos aos desdobramentos da ameaça dos Estados Unidos de impor tarifas de 10% sobre US$ 300 bilhões em importações da China, a partir de 1.º de setembro, o que pode afetar também os ativos no Brasil nesta segunda-feira, 5.

Reforma da Previdência volta a ser discutida

Depois de quase 20 dias de recesso no Congresso Nacional, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou oito sessões de plenário para discussão e votação em segundo turno da reforma da Previdência entre terça e quinta-feira. 

O primeiro turno da proposta foi aprovado no dia 12 de julho no plenário da Casa e incluiu mudanças que suavizaram as regras para homens, mulheres, professores e policiais. A economia total esperada com a reforma em dez anos chega a R$ 933,5 bilhões.

Para ficar de olho nesta semana 

Nesta terça-feira, sai a ata da uma última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, quando a Selic, a taxa básica de juros do País, foi reduzida de 6,5% para 6% ao ano. O mercado deve buscar no documento referente ao encontro de julho sinais sobre os próximos cortes.

Segundo economistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, o BC deu fortes indicações no comunicado de que deve haver nova queda de 0,50 ponto porcentual na reunião de 17 e 18 de setembro. A dúvida é sobre as decisões a partir de outubro, considerando-se os riscos com o desfecho da tramitação da reforma da Previdência e com o cenário externo. 

Ficam no radar dos investidores nesta semana também o resultado das vendas no varejo de junho, na quarta-feira, a divulgação, na quinta, do IPCA – índice oficial de inflação – de julho e da pesquisa mensal de serviços de junho, na sexta.

Além disso, uma nova rodada de reuniões deve acontecer entre representantes do ministério da Infraestrutura e dos caminhoneiros para discutir a tabela de frete mínimo. 

Caixa divulga calendário de saques do FGTS

A Caixa deve divulgar nesta segunda-feira o cronograma para o saque dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pasep. Sobre a medida, analistas do mercado estimam que a injeção potencial de cerca de R$ 42 bilhões na economia pode ter um impacto no PIB de 0,55 ponto porcentual em quatro trimestres,superior ao previsto pelo governo, de 0,35 ponto porcentual

presidente do banco, Pedro Guimarães, convidou parlamentares da bancada do Nordeste para um café da manhã, na quarta-feira, depois que o Estadão/Broadcast revelou que a instituição reduziu a concessão de novos empréstimos para a Região em 2019, até julho, a cerca de R$ 89 milhões, apenas 2,2% do total distribuído para todo o País, de R$ 4 bilhões. 

Na sexta-feira, depois da publicação da reportagem, a Caixa liberou um empréstimo de R$ 133 milhões para a prefeitura de São Luís (MA), para bancar obras de infraestrutura. O crédito vem depois também de Bolsonaro ter chamado os governadores do Nordeste de “paraíbas”. 

Disputa entre EUA e China afeta Bolsas

Fonte ligadas às negociações comerciais entre Estados Unidos e China colocam em dúvida a continuidade das conversas após a nova ameaça tarifária feita por Donald Trump na semana passada. 

A imprensa internacional informou que Pequim pediu para que algumas empresas estatais detenham as compras de produtos agrícolas americanos e o Banco do Povo da China permitiu que o dólar rompesse o nível psicológico de 7 yuans pela primeira vez desde 2008, alegando que a desvalorização da moeda doméstica é resultado do protecionismo comercial e das tarifas mais altas sobre produtos chineses aplicadas pelos EUA. O temor dos investidores é de que o acirramento da guerra comercial piore o quadro de desaceleração global.

As Bolsas europeias e os futuros de Nova York têm queda de mais de 1% nesta segunda-feira. No começo da manhã, o Dow Jones caía 1,09%, enquanto o S&P500 futuro perdia 1,18% e o Nasdaq futuro recuava 1,57%. A Bolsa de Londres recuava 1,84%, a de Frankfurt perdia 1,31%, a de Paris caía 1,78%. O euro subia para US$ 1,1152, de US$ 1,1111 no fim da tarde de sexta-feira.

Mais uma vez, as Bolsas asiáticas tiveram perdas. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 1,74%. Na China, o Xangai Composto recuou 1,62%, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto cedeu 1,47%. Na Bolsa de Seul, o índice Kospi despencou 2,56%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, cedeu 2,85%, enquanto o australiano S&P/ASX 200 recuou 1,90%. Às 7h13, o dólar estava a 106,15 ienes, ante 106,64 ienes no fim da tarde de sexta-feira.

Petróleo tem queda

Os contratos futuros de petróleo têm queda nesta segunda, seguindo a onda de aversão a risco que atinge os mercados financeiros. Na avaliação do Bank of America Merrill Lynch, esse recrudescimento da relação bilateral entre EUA e China tem potencial para enfraquecer a demanda por petróleo em até 500 mil barris por dia. Às 7h11, o barril do Brent para outubro caía 0,89%, a US$ 61,34 o barril na ICE, em Londres. O petróleo WTI para setembro recuava 0,75%, a US$ 55,24 o barril.