Milho

O Ministério da Economia divulgou na tarde de ontem (31) os dados para as exportações brasileiras.

Neste sentido, vale destacar o desempenho dos embarques com milho, atingindo um novo recorde para o volume exportado com o cereal em um único mês.

O país contabilizou em julho o montante de 6,31 milhões de toneladas, um volume 281% superior ao exportado no mês anterior, além de avanço de 416% frente aos embarques de julho/18.

Além disso, a receita obtida ficou em US$ 1,12 bilhão – alta de 242% ante o valor recebido no mês anterior, e ampliação de 426% em relação ao mesmo período no passado (quando o país obteve receita de US$ 426 milhões).

Mesmo com as exportações aquecidas, as indicações na B3 não responderam positivamente, e os futuros do cereal enceram o pregão caindo 1,23% (set/19) e 1,4% (nov/19).

As quedas na bolsa brasileira aconteceram na esteira de desvalorizações em Chicago, após anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que novas tarifas seriam impostas aos chineses a partir de 1º de setembro.

Boi gordo

As exportações de carne bovina in natura em julho/19 contabilizaram um volume total de 129,09 mil toneladas e uma receita de US$ 514,78 milhões.

A média diária registrada ficou em 5,61 mil toneladas, queda de 4,37% em relação à média do mês anterior, e recuo de 5,66% frente ao desempenho do mesmo período de 2018.

Já os preços na B3 perderam força na última semana, imprimindo um ágio de apenas 4,2% entre as cotações atuais e as indicações de outubro/19 (considerando um físico em SP balizado ao redor de R$ 154,00/@, livre de impostos).

As escalas alongadas das indústrias, combinado com a baixa liquidez em bolsa, colaboram para o cenário de preços enfraquecidos. Neste sentido, um novo fôlego para o consumo doméstico e novidades sobre a habilitação de novas plantas para exportar a China, poderiam reaquecer o boi futuro.

Aliás, na média dos estados levantados pela Agrifatto, as programações de abate permanecem acima da média para o ano. Em São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais, por exemplo, atendem a aproximadamente 9 dias úteis.

Soja

As exportações com a soja em julho caíram pelo segundo mês consecutivo, o volume de 7,82 milhões de toneladas ficou 13,7% menor ante a quantidade exportada em junho/19, além de recuo de 23,3% frente ao mesmo mês em 2018.

O valor por tonelada registrou ligeiro aumento, subindo de US$ 342,30 para US$ 356,55/ton na comparação mensal. Entretanto, o menor volume reduziu em 25% a receita obtida, registrada em US$ 2,78 bilhões.

O destaque fica para a variação da soja em Chicago após Donald Trump anunciar que deve impor nova tarifa de 10% sobre US$ 300 bilhões em produtos chineses a partir de 1º de setembro.

E assim, o futuro para ago/19 caiu 1,75% ao longo do pregão ontem (equivalente a queda de US$ 16,26 cents/bushel), retornando ao menor valor desde o final de maio deste ano.

Movimentação similar aconteceu também para os contratos mais longos, e apenas o vencimento para maio/20 registra preços acima de US$ 9,00/bushel (última parcial em US$ 9,04/bu).

Ou seja, além do mercado climático, a disputa sino-americana continua gerando forte volatilidade as cotações em Chicago.