Após registrar tímido crescimento de 2,64% no volume de vendas no primeiro semestre de 2019 ante igual período do ano passado, o setor de supermercados permanece em compasso de espera por estímulos ao consumo mais fortes nos próximos meses.

“Chegamos a cogitar realizar uma revisão das projeções de crescimento das vendas para 2019, mas decidimos manter por ora a estimativa de 3% no ano depois dos anúncios feitos pelo governo federal”, comentou o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto.

De acordo com o dirigente, com a liberação parcial do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e de recursos do PIS/Pasep haverá um fôlego para o setor chegar até o final do ano com as projeções de avanço “intactas”, destacando que os ganhos das redes de varejo alimentar também deve aumentar com uma tendência à alta de preços.

Além disso, outro aspecto destacado por Sanzovo foi o plano do governo para diminuir o preço do gás natural. “Uma parte significativa do orçamento familiar é destinada ao pagamento da conta de gás. Com essa diminuição, o gasto em alimentação deve aumentar dentro dos lares”, complementou o dirigente, que também lembrou os possíveis efeitos positivos na redução da taxa básica de juros.

Segundo o balanço realizado pela entidade, no mês de junho, a cesta de produtos Abrasmercado registrou incremento de 1,15% no preço – chegando a R$ 478. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o mesmo grupo de produtos registrou alta de 6,52% no preço. Os itens com maior variação no período foram os seguintes: farinha de mandioca (8,3%), tomate (7,1%), pernil (6,2%) e, por fim, carne traseiro (4,01%).

Confiança

De acordo com o levantamento realizando pela empresa de inteligência de mercado GfK, o otimismo do varejista com o cenário macroeconômico do Brasil vem retrocedendo. Segundo os dados publicados, em dezembro de 2018, o nível de confiança desses empresários atingia 61,5 pontos. No mês passado, esse patamar caiu para 54,9 pontos.

“Percebemos que houve uma alta muito grande em termos de expectativa após a conclusão das eleições presidenciais. Ao longo do primeiro semestre esses ânimos apresentaram leve queda com a economia não tão aquecida”, argumentou o diretor da empresa, Marco Aurélio Lima.

Ainda de acordo com ele, mesmo com essa baixa, o índice que mede o “humor” do empresário frente ao mercado permanece positivo, “uma vez que ainda está acima dos 50 pontos”. (DCI)