O Ministério da Agricultura decidiu adotar um modelo inédito no país de inspeção de frigoríficos por videoconferência para agilizar o processo de habilitação de mais plantas de carne bovina, de frango e suína para exportar à China.
A estratégia-piloto dispensa a presença de técnicos do serviço sanitário chinês em estabelecimentos no Brasil, como é feito de praxe por todos os países importadores. Uma transmissão ao vivo mostra os trabalhos de inspeção de fiscais brasileiros dentro dos abatedouros às autoridades do governo chinês que estarão em Pequim.
“Foi um acordo feito com os chineses e serão feitas várias videoconferências, começando nesta sexta-feira. É mais ágil e a primeira vez que será feito no Brasil, mas se não der certo, voltamos a fazer auditorias in loco”, afirmou ao Valor o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Leite Ribeiro.
No fim de junho, a Pasta encaminhou a Pequim uma lista de 30 frigoríficos que desejam embarcar os três tipos de carne e também de asininos, depois de uma viagem da ministra Tereza Cristina à China em maio. A expectativa era que a China habilitasse até 78 plantas, mas os chineses indicaram que pretendem habilitar cerca de 20.
O Brasil ainda não teve uma resposta de Pequim. A ministra chegou a dizer ao Valor que o caso atípico de vaca louca confirmado em Mato Grosso em maio deveria retardar o processo de habilitação de mais plantas pela China. Por conta da doença, as exportações de carne bovina ao gigante asiático foram suspensas preventivamente pelo ministério por uma semana, em cumprimento com o acordo sanitário firmado entre os dois países.
Em novembro passado, os chineses auditaram 11 plantas no Brasil, mas uma foi rejeitada. A ideia era que a inspeção servisse de amostragem para autorizar dezenas de plantas, o que até hoje não aconteceu. Em agosto, a ministra voltará à China, mas deverá tratar mais de exportação de lácteos e frutas. (Valor)