Resumo da semana:

Nas diferentes praças pecuárias, a arroba caminhou em diferentes sentidos ao longo da última semana, sendo direcionada principalmente pela maior facilidade dos frigoríficos em adquirir animais terminados em algumas regiões.

Na média das praças levantadas pela Agrifatto, as escalas avançaram 29% na última semana e atingiram os maiores patamares desde meados de maio/19, em linha com a chegada da frente fria. As programações, na sexta-feira (05) atendiam a 8,8 dias (média).

A arroba do boi gordo a prazo, também na média das praças levantados pela Agrifatto, registrou um avanço de 0,35% no comparativo semanal. Em São Paulo e Mato Grosso do Sul, por exemplo, as indicações recuaram 0,21% e 0,62%, respectivamente.

Quanto à demanda interna, o pagamento de salários na semana passada pode impulsionar o escoamento de carne bovina do atacado, bem como o feriado da próxima terça-feira, aumentando os preços dos cortes ao longo da semana.

No ambiente externo, as exportações de carne bovina in natura acumularam uma alta de 27,5% ante o volume exportado no mesmo período de 2018. E devem continuar em ritmo acelerado no 2º semestre.

A média semanal do indicador do boi Esalq/B3 ficou em R$ 153,11/@, queda de 0,56% em relação a igual período anterior.

 

  1. Na tela da B3

Após caminharem lateralizados e próximos das máximas na penúltima semana, a ausência de fatores altistas e a queda do indicador do boi gordo fizeram com que os contratos futuros recuassem.

O vencimento julho/19 recuou 0,96% e fechou a sexta-feira (05) em R$ 154,50/@. Desde o início de maio/19, quando as negociações deste contrato começaram a apresentar maior liquidez, os preços aumentaram 0,98%.

Já o vencimento outubro/19, o de maior liquidez no segundo semestre, registrou recuo semanal de 1,22% e fechou em R$ 161,80/@. Desde o início do ano, registra alta de 3,19% e o valor máximo negociado foi em R$ 165,75/@ (dia 18/jun).

A diferença de preços entre os contratos para julho e outubro/19 (spread) encerrou a última semana em R$ 7,30/@ (4,66%), valor R$ 0,50/@ menor que na semana anterior.

 

  1. Enquanto isso, no atacado…

As três principais proteínas do atacado apresentaram variações tímidas na última semana.

A carcaça casada bovina recuou 0,14% no comparativo semanal e fechou a sexta-feira (05) cotada em R$ 10,51/kg. Desde o início do ano, acumula queda de 1,32%.

O frango resfriado, que registrou queda de 8,53% em junho, continuou recuando (-0,46% na última semana) e está cotado em R$ 4,38/kg. Em 2019, acumula alta de 2,82%.

Já a carcaça suína especial segue avançando e fechou a última semana em R$ 8,15/kg, avanço semanal de 0,87%. Neste ano, já acumula alta de 29,57%, um valor bastante expressivo e em linha com a conjuntura mundial que afeta o mercado de carne suína.

O ritmo favorável das exportações auxilia na sustentação dos preços da carne no mercado interno. No caso da carne suína, o volume embarcado no 1º semestre foi o maior já registrado.

Nesta semana, as cotações das proteínas do atacado podem registrar avanços, impulsionados principalmente pelo pagamento de salários e, consequentemente, uma população mais capitalizada neste período do mês.

O spread (diferença de preços entre a carne bovina no atacado e a arroba do boi gordo), que há um mês trabalhava em 4,23%, ficou em 3,07% na média da última semana. Em 2019, a média dos seis primeiros meses ficou em 2,23%.

 

  1. No mercado externo

As exportações de carne bovina in natura referentes aos 5 (cinco) primeiros dias úteis de julho/19 contabilizaram um volume total de 28,15 mil toneladas e uma receita de US$ 108,66 milhões.

A média diária registrada ficou em 5,63 mil toneladas, recuo de 4,1% em relação à média do mês anterior e queda de 5,4% frente ao desempenho do mesmo período de 2018.

O preço médio registrado por tonelada foi de US$ 3.859,74, queda de 0,02% em relação a junho/19 e recuo de 8,03% quando comparado com o valor médio de julho/18.

No primeiro semestre de 2019, o volume exportado de carne bovina in natura registrou um avanço de 27,5% ante o mesmo período ano passado. No faturamento obtido com os embarques, a alta registrada no mesmo comparativo foi de 18,0%.

 

  1. O destaque:

A massa de ar frio que atingiu as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste na segunda metade da semana passada derrubou as temperaturas e trouxe chuvas em alguns municípios.

Segundo estudos meteorológicos, parte dos municípios registrou as temperaturas mais baixas deste ano no último final de semana e houve geada em algumas regiões, o que deteriora rapidamente as condições de pastagem.

A estiagem, que em algumas regiões já supera uma duração de 5 semanas, juntamente com as baixas temperaturas e luminosidade reduzida devem ampliar a oferta de animais nas próximas semanas, em um movimento sazonalmente conhecido pelo pecuarista

 

  1. E o que está no radar?

No radar ficam os impactos das temperaturas mais baixas e a piora das condições de pastagens, que podem acelerar a entrega dos últimos animais oriundos de sistemas extensivos.

Além disso, as escalas se alongaram na última semana, permitindo certa tranquilidade para os frigoríficos na originação de animais, podendo testar preços abaixo das indicações (esse movimento já se iniciou em algumas praças).

Na esteira do físico, o mercado futuro passou por ajustes e aguarda por novos fatores altistas, especialmente para os vencimentos mais longos.

Entretanto, no médio prazo, a oferta de animais deve ajustar, e a arroba retomar uma trajetória altista com maior intensidade, tanto no físico quanto no futuro. No fechamento da sexta-feira (05), a B3 precificava uma alta de R$ 0,95/@ até o final deste mês.

Um abraço e até a próxima semana!