Victor Novaes é graduando de Eng. Agronômica pela UNESP e estagiário pela Agrifatto
Em 2019, o clima das exportações brasileiras continua favorável e no primeiro semestre foram embarcadas 2,90 milhões de toneladas de carnes bovina, suína e de frango, um avanço de 16,3% ante o mesmo período de 2018, quando foram exportadas 2,49 milhões de toneladas.
Apenas nos primeiros seis meses do ano, o volume de carne de frango exportado representou dois terços do volume total embarcado. Já as carnes bovinas e suínas representaram 24 e 10%, respectivamente.
Apesar de uma participação decrescente nos últimos anos, passando de 72,5% em 2015 para 66% em 2019, o frango ainda configura como protagonista nos embarques de proteína animal.
No primeiro semestre deste ano foram exportadas 1,9 milhão de toneladas, volume 11,1% superior ao do mesmo período de 2018. Na parcial de 2019, o volume é o 3º maior já registrado, ficando atrás apenas de 2016 e 2017.
Para a carne bovina, comparando o primeiro semestre de 2019 ao mesmo período de 2018, a alta registrada foi de 28,1%, posto que até o fim de junho foram exportadas 684,3 mil toneladas do produto. Ainda considerando esse período, o volume embarcado é o segundo maior da história, ficando ligeiramente abaixo do registrado em 2007, quando foram enviadas 694,3 mil toneladas ao exterior.
Já para a carne suína, o valor do primeiro semestre foi recorde, com 303,1 mil toneladas exportados, registrando um avanço de 27,4% ante o mesmo período de 2018. O segundo maior volume do período analisado foi em 2016, com 301,2 mil toneladas.
Perspectivas
As perspectivas para o segundo semestre são positivas, com grande possibilidade de que haja novo recorde registrado para o volume total exportado de carnes. A China (juntamente com Hong Kong), principal destino das carnes brasileiras, representa um share de 26,5 no total de embarques brasileiros, e enfrenta problemas de abastecimento devido ao surto de Peste Suína Africana, ainda não controlado e em evolução.
O cenário é de forte queda da produção de carne suína chinesa e de uma diminuição do rebanho projetada entre 25 e 50%, podendo ainda ser maior devido à evolução do quadro estar vigente. Embora haja divergência na intensidade do impacto do vírus, é consenso que a China aumentará e muito suas importações de proteína animal nos próximos meses e anos.
Diante desse cenário, o Brasil figura como protagonista entre os possíveis parceiros comerciais do país asiático, o que amplia a possibilidade de aumento das exportações nos próximos meses e anos.