(Reuters) – O número de novos surtos de peste suína africana na China caiu neste ano e a produção de porcos tem lentamente voltado ao normal, disse o vice ministro da Agricultura chinês nesta quinta-feira, em meio a suspeitas de que a total extensão da disseminação da doença ainda não tenha sido divulgada.
A peste suína africana é mortal para os animais e não tem cura ou vacina. A doença tem se espalhado pela China, maior produtor global de carne suína, desde agosto do ano passado.
Questionado sobre notícias de novos surtos da doença, o vice-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais, Yu Kangzhen, disse que a China só registrou 44 novos casos nos primeiros seis meses de 2019.
Isso levaria o número total de casos reportados na China desde agosto de 2018 para 143, com 1,16 milhões de animais sacrificados, disse Yu a repórteres em uma coletiva de imprensa.
No entanto, muitos casos não têm sido divulgados, disseram produtores à Reuters, com autoridades locais pouco dispostas a verificar os casos.
Yu afirmou que o governo está verificando notícias de outros alegados surtos da doença, acrescentando que qualquer um que não comunique um caso será severamente punido.
“Nossa atitude é muito clara: no que se refere à falta de notificações sobre a doença, embora não possamos garantir zero casos (sendo ocultados), nós iremos definitivamente ter tolerância zero contra isso”, disse.
Ele acrescentou que alguns casos mostraram ser rumores após verificações oficiais.
Ele também disse que ainda há desafios para controlar a propagação da peste. A alimentação de suínos com resíduos de cozinha, que é proibida, por exemplo, ainda está ocorrendo.
O vírus pode permanecer em carne que não foi adequadamente cozida, potencialmente infectando porcos que comem restos de comida.
A capacidade dos pequenos agricultores chineses de prevenir a doença também é fraca, disse ele, e áreas com muitos surtos tendem a ser lugares onde não há pessoas e recursos financeiros suficientes para prevenir e controlar a doença.
A doença deixará a China com um “equilíbrio apertado” na oferta de suínos, disse Yu, acrescentando que importações, inclusive dos Estados Unidos, devem ajudar a ajustar o fornecimento.