A JBS é a companhia mais bem posicionada para se beneficiar dos surtos de peste suína africana na China, por causa de sua diversificação geográfica e em proteína animal, disse o BTG Pactual, citando o diretor financeiro da empresa, Guilherme Cavalcanti. Segundo o banco, o executivo observou que há dois possíveis riscos para esse cenário. Um deles seria a redução da tarifa chinesa sobre a carne suína dos Estados Unidos, atualmente em 62%. O outro seria a reabertura do mercado chinês à carne de frango dos EUA, embora isso deva ocorrer de forma bastante lenta, na melhor das hipóteses. De acordo com o BTG, Cavalcanti destacou também a dificuldade de expansão acentuada da produção de proteínas, e disse que o risco de excesso de oferta quando a peste suína estiver controlada é muito menor do que o esperado.

De acordo com analisas do banco, o executivo destacou os esforços da JBS para reduzir o custo de capital da companhia e a percepção de risco junto aos investidores. Ele disse que nos últimos três meses cerca de US$ 5 bilhões de dívidas com vencimento em 2021 e 2022 foram amortizados ou refinanciados para 2026 em diante, segundo o banco. Ele afirmou ainda que a posição de caixa disponível e a geração de fluxo de caixa livre esperada para o ano devem ser suficientes para cobrir todas as dívidas que vencem até 2022, disse o BTG.

Esse menor risco deve se traduzir em redução do custo da dívida e do capital para a JBS, de acordo com analistas do BTG. Eles dizem que isso já está acontecendo, e citam como exemplo o rendimento dos bonds da JBS com vencimento em 2028, que nos últimos oito meses caiu 190 pontos-base, para 5,5%, refletindo a maior confiança dos investidores.

Quanto a fusões e aquisições, tendo em vista sua ampla diversificação geográfica, a JBS deve se concentrar agora em empresas de processamento e embalagem de alimentos, disse Cavalcanti, segundo o banco. A administração da JBS espera que essas companhias sejam responsáveis no futuro por 50% da receita, em comparação a cerca de 15% atualmente, disse o BTG. A companhia, no entanto, pode esperar para anunciar um novo negócio até 2020, quando as margens de processadoras de alimentos não integradas devem estar mais apertadas por causa dos preços mais altos de proteínas, afirmou o banco, citando o executivo.

Após a apresentação, O BTG reiterou que a JBS é a ação preferida no setor de proteína e reafirmou a recomendação de compra para o papel.