Há grandes chances de o acordo entre Mercosul e União Europeia ser fechado nesta sexta-feira, 28, de acordo com o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros. Questionado em Osaka, no Japão, durante encontro do G-20, sobre se as chances estariam em torno de 80%, ele respondeu: “Eu diria mais”. 

De Bruxelas, uma fonte comunicou, no entanto, que as negociações avançam e que os dois lados estão muito perto de encerrar um processo que se arrasta há 20 anos, mas que ainda há “desafios a superar”.

Há grandes chances de o acordo entre Mercosul e União Europeia ser fechado nesta sexta-feira, 28, de acordo com o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros. Questionado em Osaka, no Japão, durante encontro do G-20, sobre se as chances estariam em torno de 80%, ele respondeu: “Eu diria mais”. 

De Bruxelas, uma fonte comunicou, no entanto, que as negociações avançam e que os dois lados estão muito perto de encerrar um processo que se arrasta há 20 anos, mas que ainda há “desafios a superar”.

O governo aposta todas as suas fichas para finalmente destravar esta questão que dura duas décadas. Por causa da mudança na composição da Comissão Europeia, há um interesse em fechar logo o acordo antes que novos empecilhos possam surgir com a próxima equipe. Há pouco mais de um mês, um integrante do governo brasileiro avaliou, em relação ao fechamento do acordo Mercosul-União Europeia, que era “now or never” (agora ou nunca).

Agronegócio

De acordo com Benedito Rosa, comentarista do Canal Rural e ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, três produtos brasileiros podem se beneficiar do acordo com o bloco europeu, que representa 25% do comércio mundial: carne bovina, etanol e frutas. 

“Queríamos uma cota de exportação de 320 mil toneladas de carne bovina e um bilhão de litros de etanol com tarifa zero. A União Europeia deve oferecer pouco menos de 100 mil toneladas e meio milhão de litros, mas são bons números. Nossos vizinhos já possuem acordo para frutas, nós iríamos equilibrar isso”, conta.

Em contrapartida, a UE pleiteia o direito de enviar para o Mercosul produtos lácteos, trigo, cevada, azeite de oliva e bebidas, especialmente o vinho. “Isso incomoda muito alguns produtores, principalmente do Sul do Brasil e da Argentina, que temem concorrência”, diz.

Segundo Benedito Rosa, esse receio levou os governos sul-americanos a colocarem esses produtos em uma lista de itens sensíveis. “A redução de tarifas para esse grupo seria pouca ou nenhuma, porque eles já são beneficiados por subsídios na Europa”, explica.

O comentarista destaca que as discussões técnicas já se encerraram e resta apenas o acerto de números finais. Mas o processo pode levar até um ano. “Depois disso, a entrada de produtos menos sensíveis pode ser imediata. Outros, como automóveis, podem levar 15 anos”, diz.