O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, afirmou que o Plano Safra 2019/2020, divulgado pelo governo no dia 18 de junho, é um “grande trunfo” da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, principalmente em virtude do aumento do seguro rural. “O seguro rural é de longe um dos melhores instrumentos para estabilizar a renda rural”, disse ele, em entrevista durante evento Finanças Mais, organizado pelo Estadão e pelo Broadcast.

O Plano Safra 2019/2020, a partir de 1º de julho, terá R$ 222,74 bilhões em crédito rural para o financiamento de produtores e pecuaristas. O valor deste ano soma o crédito destinado ao Pronaf que é de R$ 31,22 bilhões, por causa da mudança na estrutura do ministério feita pelo governo de Jair Bolsonaro. Ou seja, o crédito liberado para o Plano Safra fica em linha com o montante do ano passado que foi de R$ 194 bilhões.

Em relação aos efeitos da peste suína africana na Ásia sobre o mercado brasileiro, Rodrigues avaliou que ainda é uma questão “nebulosa”. Da mesma forma, o ex-ministro diz que a guerra comercial pode trazer em um primeiro momento um benefício para o Brasil, uma vez que a China pode demandar mais grãos daqui mas, ao mesmo tempo, aumentou o protecionismo, o que é complicado para o País.

Rodrigues avaliou, ainda, que o setor vê com certa perplexidade a demora em se aprovar a reforma da Previdência, ao comentar o cancelamento da sessão de hoje na comissão especial que discute o tema. “É impressionante que haja tanta demora.”

Segundo o ex-ministro, a reforma é importante porque incentivará o setor privado a voltar a investir, o que é fundamental para o setor, principalmente nas áreas de infraestrutura e logística. “Naturalmente, não é a única solução, mas é o começo.”