(Bloomberg) — A China, maior consumidora de carne de porco do mundo, importou um volume recorde de carne em maio em uma tentativa de mitigar o impacto da gripe suína africana à medida que os preços domésticos no segmento de suínos se recuperam.
A China comprou 556.276 toneladas de carne e vísceras em maio, cerca de 45% mais em relação ao ano anterior, segundo dados alfandegários oficiais publicados no domingo. Com esse volume, as importações nos primeiros cinco meses totalizam 2,2 milhões de toneladas, um aumento de 23% em relação ao ano passado.
As importações de carne de porco dispararam em comparação com outros tipos de carne, com um salto de 63%, para 187.459 toneladas em maio em relação ao ano anterior.
Os embarques de cordeiro subiram 53%, para 42.036 toneladas, enquanto as importações de carne bovina subiram 41%, para 123.720 toneladas.
As compras de frango congelado subiram 26%, para 63.430 toneladas, segundo dados alfandegários. É improvável que as importações desacelerem, apesar do pouco espaço para armazenamento nas câmaras frigoríficas dos principais portos da China, disse Pan Chenjun, analista de pecuária do Rabobank, em Hong Kong.
Ainda assim, o crescimento das importações em 2019 provavelmente será limitado, já que a China está evitando comprar dos EUA devido à disputa comercial entre os dois países, disse Jim Huang, presidente da China-data.com.cn, uma consultoria para o setor agrícola.
“Não haverá carne suficiente de outros lugares para a China”, disse Huang. Os preços da carne suína em algumas áreas do país se recuperaram recentemente apesar da baixa demanda sazonal, indicando uma oferta limitada no curto prazo, disse Huang.
Os preços spot da carne de porco no atacado estavam em 21,55 iuanes por quilo em 14 de junho, um ganho de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.