Milho

O novo relatório de oferta e demanda, divulgado pelo USDA ontem (11), trouxe importantes ajustes para as projeções de área, produtividade, produção e estoques finais para o milho nos EUA.

O documento gerou pressão positiva às cotações em Chicago, contagiando também os futuros na B3.

O Departamento norte-americano estima que a área semeada deve cair 3,23%, passando para 36,34 milhões de hectares. Para a produtividade, espera-se alcançar 173,67 sc/ha, um variação de -5,7% na comparação com o relatório anterior e, assim, a produção estimada hoje fica 9% menor – passando de 381,77 milhões de toneladas no último boletim para 347,48 milhões de toneladas.

Isso levaria os estoques finais a uma queda de 23,7% na temporada, com o número atingindo 42,7 milhões de toneladas. Além disso, o movimento representa uma queda de 32,60% ante a projeção do último relatório.

Com os cortes do USDA, os contratos em Chicago ganharam novo fôlego.

O vencimento para julho/19 fechou o pregão com alta de 2,46% e último negócio em US$ 4,26/bushel.

Na B3, após seguidos pregões com correções negativas, os contratos também voltaram ao campo positivo, com o vencimento para julho/19 avançando quase 1% e fechando em R$ 36,85/sc.

Vale destacar que os novos relatórios do USDA podem continuar trazendo números gradualmente menores para a safra de milho norte-americana, o que continuaria imprimindo forte volatilidade aos preços em bolsa.

Boi gordo

Com frigoríficos demandando um volume menor de animais e pecuaristas reticentes em vender nos patamares atuais, a liquidez no mercado físico do boi gordo é enxugada.

Ontem (11/jun), o Minerva anunciou que a unidade de Barretos (SP) entrará em férias coletivas entre 17 e 30 de junho. A unidade é utilizada pela companhia para exportar para a China e aproveitará o período para realizar a troca e a manutenção de equipamentos. Alguns abates foram realocados para a unidade de José Bonifácio. Um dos motivos alegados é aproveitar o momento para realizar manutenção necessária em equipamentos.

Do lado vendedor, pecuaristas negociam apenas o necessário nos patamares atuais. Há tentativa de reter lotes à espera de preços melhores.

Nesse cenário, forma-se uma queda de braço que, juntamente com a piora das condições de pastagens característica do período, pode piorar as coisas.

Por outro lado, para os frigoríficos, ainda é preciso adquirir animais e as escalas estão encurtando nas últimas semanas.

Ontem (11/jun), o indicador Esalq/B3 ficou em R$ 145,95/@, queda de 0,10% no comparativo diário.

No mercado futuro da B3, os contratos futuros cederam. O vencimento junho/19 recuou 0,30% e fechou em R$ 149,65/@. Já o contrato para outubro/19 caiu 0,22% e encerrou o dia em R$ 160,90/@.

Na manhã de hoje (12), os contratos futuros avançam, com rumores de uma possível retomada das exportações para a China ainda nesta semana. O vencimento/19 avança R$ 1,50/@ e está sendo negociado a R$ 162,30/@.

Soja

Em relação às projeções do USDA para a soja norte-americana, o Departamento de Agricultura foi bastante conservador e não alterou os números de maneira relevante em relação às estimativas do relatório anterior (maio/19).

A exceção ficou para as estimativas dos estoques iniciais, que subiram 7,4% ante o último boletim, passando de 27,11 para 29,12 milhões de toneladas (alta de 144% em relação aos estoques iniciais da safra 2018/19).

Com o plantio ainda em andamento, o USDA optou em não alterar suas estimativas e deve trazer novos números no relatório do próximo mês.

De todo modo, a soja subiu ligeiramente em Chicago, na esteira das valorizações para o milho e para o trigo. O vencimento para jul/19 fechou 0,26% mais alto ante os valores da abertura, mas ainda ficou em níveis menores na comparação com o pregão anterior.

Assim, as cotações internacionais para a soja estão mais indefinidas, com o mercado atento ao desempenho da cultura nesta nova temporada norte-americana.

Para a cotação da oleaginosa brasileira, atenção às movimentações do câmbio, que preservam níveis ao redor de R$ 3,85 nos últimos 7 dias. E para os prêmios nos portos, que sustentam patamares em torno de US$ 1,20/bushel no mesmo período.