Milho

O plantio nos EUA continua nas menores proporções históricas, enquanto os mapas climáticos continuam apontando para clima desfavorável aos trabalhos a campo.

O USDA divulgou ontem o boletim de acompanhamento das culturas, com plantio de 58% da área prevista com milho até o início desta semana (26/mai). Neste mesmo período do ano passado, o EUA já tinha semeado 90% da área, a mesma proporção registrada para a média dos últimos 5 anos.

A intensificação dos problemas nesta safra norte-americana é o pano de fundo para o rally dos preços, com altas em Chicago ao redor 11 pontos para o trigo, 15 pontos para o milho e 29 pontos para a soja nesta manhã (29/mai).

Os avanços também são expressivos na B3, com o contrato para julho/19 subindo 5,44% para R$ 39,38/sc no início do pregão. Além disso, todos os outros vencimentos também operam em campo positivo, e os contratos para 2019 devem buscar a resistência em R$ 40,00/sc.

Vale destacar que a comercialização se mostrava adiantada no início da temporada, portanto, os produtores devem se concentrar em entregar os contratos feitos anteriormente, e podem se afastar do mercado na expectativa de novas altas.

A baixa liquidez no mercado físico, combinado com maior competição pelo milho brasileiro (entre o mercado interno e para exportação), podem aquecer rapidamente as indicações domésticas.

Boi gordo

Arroba segue pressionada nas principais praças pecuárias. Na esteira do mercado físico, mercado futuro também recua nesta semana.

O clima seco e frio prejudica as condições das pastagens e, consequentemente, aumenta a oferta de animais à disposição dos frigoríficos, que alongam as escalas e testam preços abaixo das indicações praticadas na semana anterior.

Na média dos estados levantados pela Agrifatto, as escalas atendem a 7,5 dias. Em Goiás e Mato Grosso, por exemplo, estão em 8,4 e 8,6 dias, respectivamente.

Ontem (28/mai), o indicador Esalq/B3 ficou em R$ 151,45/@, queda de 0,36% no comparativo diário. Para liquidação dos contratos da B3 referentes a maio, a média parcial está em R$ 151,73/@ (2/5).

No mercado futuro da B3, o vencimento maio/19 recuou 0,49% e fechou ontem em R$ 151,75/@. Já o vencimento outubro/19 encerrou o dia em R$ 159,20/@, queda 1,36% ante o fechamento anterior.

No atacado, a carcaça casada bovina está em R$ 10,34/kg, estável ante a segunda-feira (27). O spread (diferença de preços entre a carne bovina no atacado e a arroba do boi gordo) está em 2,36%.

Soja

A área plantada com a soja nos EUA também resiste em avançar em meio as fortes chuvas nas regiões produtoras.

E segundo o boletim de acompanhamento das lavouras divulgado pelo USDA, o país semeou 29% da área prevista com a oleaginosa, 45 p.p. abaixo para esta mesma época no passado, quando 74% da área já tinha sido plantada.

Na média dos últimos 5 anos, a proporção fica em 66%.

E em meio a tamanhas incertezas sobre a safra 2019/20 nos EUA, as cotações seguem subindo. Os futuros para a soja em Chicago avançam ao redor de 25 pontos e recuperam os patamares de mais de 30 dias atrás.

Já os prêmios nos portos brasileiros mostraram ajustes para baixo ontem (28/mai), ficando balizados em US$ 1,20/bushel para embarques em julho e agosto por Paranaguá.

O câmbio também esfria, caindo 0,73% nesta manhã e balizado ao redor de R$ 3,995 – o menor patamar em 2 semanas.

Mas apesar dos ajustes para os prêmios e para o câmbio, as valorizações em Chicago predominaram, e as referências domésticas subiram na maioria das praças analisadas. Em Paranaguá, alta de 2,15% com indicações em R$ 82,55/sc.