O dólar subiu ante o real nesta segunda-feira, num dia de tom misto para moedas emergentes e com renovadas discussões sobre chances de queda de juros no Brasil prejudicando a atratividade da moeda doméstica.
O dólar à vista BRBY avançou 0,48%, a 4,0352 reais na venda
Na B3, o contrato de dólar futuro mais negociado DOLc1 tinha alta de 0,30%, a 4,0380 reais.
No exterior, o dólar subia contra o peso mexicano MXN= e o rand sul-africano ZAR=, mas perdia terreno frente à lira turca TRY=. Contra uma cesta de moedas .DXY, a divisa ganhava 0,14%.
Pela 13ª semana consecutiva, analistas revisaram para baixo as expectativas para o crescimento econômico em 2019. Isso dá respaldo a cenários favoráveis a queda da Selic, que a 6,50% ao ano já é responsável pelo diferencial de juros nas mínimas históricas.
Com a menor “vantagem” em termos de retorno, diminuem os estímulos a ingressos de recursos para renda fixa, o que prejudica a oferta de dólares no país.
O DI janeiro 2021 DIJF21, que captura expectativas para o rumo da política monetária até o fim de 2020, bateu uma mínima histórica nesta sessão.
A questão política segue como um fator de volatilidade e pressão ao câmbio.
Embora o mercado tenha reagido bem ao tom das manifestações pró-governo realizadas na véspera, persistem incertezas sobre a capacidade do governo de se articular com o Congresso em busca de votos para o projeto da reforma da Previdência, visto pelo mercado como essencial.
Com a esticada do dólar nas últimas semanas, o Goldman Sachs decidiu elevar a estimativa para a moeda norte-americana ao fim dos próximos três meses de 3,80 reais para 4,00 reais.
“Claramente, os riscos políticos têm aumentado. E se os desdobramentos políticos e macro continuarem a se deteriorar, nossa visão de longo prazo para o real, que hoje é mais positiva, também será alterada”, disse o banco em nota a clientes, assinada pelo estrategista Zach Pandl.
O mercado de forma geral prevê a taxa de câmbio em 3,80 reais ao fim deste ano, segundo a pesquisa Focus do Banco Central.
Fonte: Reuters