Marco Guimarães é administrador pela ESALQ/USP e trainee pela Agrifatto
Resumo da semana:
Embora lentamente, a arroba do boi gordo seguiu trajetória baixista nas últimas semanas. Entre as praças levantadas pela Agrifatto, no comparativo semanal, as cotações recuaram em 5 (cinco) e avançaram em 3 (três) praças. Na média Brasil, o recuo foi de 0,24%.
As escalas de abate seguem confortáveis para as indústrias, que não encontram dificuldades na originação dos animais. Na média semanal, estão em 7,7 dias, estávis ante a semana anterior.
A demanda por carne bovina respeitou a sazonalidade do consumo, que tende a enfraquecer na segunda metade do mês, e registrou leve queda na última semana.
As exportações, que entre janeiro e abril já acumulavam um avanço de 14,7% ante o mesmo período de 2018, deverão ampliar a vantagem em maio, conforme os reportes semanais de embarques indicaram ao longo do período.
A média semanal do indicador do boi gordo (Esalq/B3) ficou em R$ 152,66/@, queda de 0,10% ante a semana anterior.
- Na tela da B3
Os contratos futuros caíram um pouco no comparativo semanal e o spread permaneceu estável ante a semana anterior.
O vencimento maio/19, que será liquidado nesta sexta-feira (31), recuou 0,26% no comparativo semanal e fechou a sexta-feira (24) em R$ 152,50/@. Em 2019, acumula alta de 0,66%.
O contrato futuro para junho/19 encerrou a última semana em R$ 152,50/@, queda de 0,33% na semana.
Já o vencimento outubro/19, aquele que apresenta maior liquidez dentre os contratos da entressafra do capim, caiu 0,27% no comparativo semanal e fechou em R$ 163,60/@.
O spread entre os contratos para maio e outubro ficou estável ante a semana anterior, em 7,28% (ou R$ 11,10/@).
Na última sexta-feira (24), os contratos futuros precificavam altas entre 1,5 e 2,1% ao mês entre os contratos de junho e outubro/19.
- Enquanto isso, no atacado…
As proteínas no atacado caminharam em diferentes sentidos ao longo da semana passada.
A carcaça casada bovina seguiu a sazonalidade de queda na segunda metade do mês e recuou 0,19% no comparativo semanal, cotada em R$ 10,40/kg. Desde janeiro, registra queda de 2,30%.
A cotação do frango resfriado ficou estável na última semana e permanece cotada em R$ 4,84/kg. Em 2019, acumula alta 13,75%.
Já a carcaça suína especial avançou 2,90% na semana passada e está cotada em R$ 6,91/kg. Desde o início do ano, subiu 9,86%.
Nesse cenário, devido às variações positivas das principais proteínas substitutas, a carne bovina se tornou mais competitiva.
Entretanto, o cenário de alto desemprego e endividamento crescente da população dificulta a expansão do consumo.
O spread (diferença de preços entre a carne bovina no atacado e a arroba do boi gordo), na última semana, trabalhou em 1,97% (média). E deve seguir trabalhando no campo positivo nas próximas semanas.
- No mercado externo
As exportações de carne bovina in natura referentes aos embarques dos dezessete (dezessete) primeiros dias úteis de maio/19 contabilizaram um volume total de 101,2 mil toneladas e uma receita de US$ 390,3 milhões.
A média diária registrada foi de 5,95 mil toneladas, alta de 19,8% em relação à média do mês anterior e avanço de 38,1% frente ao desempenho do mesmo período de 2018.
O preço médio registrado por tonelada foi de US$ 3.856,14, alta de 1,9% em relação a abril/19 e recuo de 8,0% quando comparado com o valor médio de maio/18.
Se a média diária se repetir ao longo das próximas semanas, o volume exportado neste mês será de 131 mil toneladas, um possível avanço de 45% ante o mesmo período do ano passado.
Para mais detalhes sobre as exportações de carne bovina no primeiro bimestre de 2019 e perspectivas para este ano basta clicar aqui.
- O destaque:
A arroba, na média a prazo dos estados levantados pela Agrifatto, subiu 3,6% entre a segunda quinzena de janeiro e a penúltima semana de abril/19. A partir desse ponto, iniciou trajetória baixista e acumulava queda de 1,2% até a última sexta-feira (24).
As escalas de abate, que estavam entre 6,5 e 8 dias na primeira quinzena de janeiro, encurtaram e chegaram a ficar entre 4,0 e 5,5 dias na primeira metade de abril/19. Mas, a partir daí, se ampliaram e desde o início de maio têm trabalhado entre 7 e 9 dias.
- E o que está no radar?
Nesta semana, entre segunda (27) e sexta-feira (31), os fechamentos do indicador do boi gordo (Esalq/B3) serão utilizados para a liquidação do contrato futuro de maio/19.
A volatilidade do indicador cresceu. Nas duas últimas semanas, por exemplo, os fechamentos variaram entre R$ 150,45 e R$ 154,90/@, com oscilações diárias que superaram os R$ 4,00/@ em intensidade.
Por serem contabilizados na liquidação do vencimento deste mês, os próximos fechamentos alteram ainda mais a dinâmica do mercado futuro.
Além disso, com a chegada do clima frio e seco, as condições das pastagens devem ficar no radar do pecuarista, pois a oferta de animais pode aumentar nas próximas semanas, podendo afetar negativamente os preços.
Entretanto, os efeitos do clima devem ser diluídos pela demora da chegada do período seco e também das temperaturas mais baixas, uma vez que mesmo antes dessas ocorrências as escalas de abate já começaram a aumentar.
Um abraço e até a próxima semana!