O dólar fechou apenas em ligeira alta contra o real nesta segunda-feira, e a cotação bateu uma nova máxima em oito meses, num dia que contou com atuações do Banco Central no mercado cambial e mais comentários de autoridades sobre o andamento da reforma previdenciária.
O dólar à vista BRBY teve variação positiva de 0,07%, a 4,1048 reais na venda.
É o maior patamar desde 19 de setembro do ano passado (4,1242 reais).
Na B3, o dólar futuro DOLc1 registrava oscilação negativa de 0,01%, para 4,1060 reais.
Depois do surto de volatilidade da semana passada —uma das mais turbulentas para o governo e que fez o dólar registrar a maior valorização semanal desde agosto do ano passado—, a segunda-feira foi de tentativas de membros do governo e do Congresso de acalmar os ânimos e passar algum senso de articulação.
O presidente Jair Bolsonaro, contudo, foi menos sutil e disse que a classe política é o grande problema que impede o Brasil de dar certo.
“Na margem, acho que a sensação de risco melhorou, mas ainda falta da parte do presidente (Bolsonaro) uma postura mais amistosa”, disse Rogério Braga, sócio e estrategista na gestora Quantitas.
Apesar de ter fechado perto da estabilidade, o dólar demonstrou volatilidade ao longo do pregão.
Depois de bater uma mínima de 4,0783 reais (-0,58%) logo após a abertura, a moeda tomou fôlego e alcançou uma máxima de 4,1230 reais (+0,51%) por volta de 12h30. Mas, depois das 13h, passou a perder força, na sequência da definição da taxa Ptax.
A Ptax é uma média de cotações apuradas pelo Banco Central no mercado e serve de referência para a liquidação de contratos futuros e outros derivativos. As movimentações em torno dessa taxa tendem a deixar o mercado volátil perto do fim do mês, devido justamente aos vencimentos dos contratos futuros.
A segunda-feira contou com intervenção do BC no câmbio em duas frentes. Primeiro, a autoridade monetária vendeu todos os 5.050 contratos de swap cambial ofertados em rolagem. Em seguida, negociou todo o lote de 1,25 bilhão de dólares em rolagem de linhas de dólares.
“A antecipação do anúncio (da rolagem) das linhas é uma estratégia interessante. Tira o conforto do ‘comprado’ (em dólar)”, disse Braga.
O BC volta a realizar leilões de rolagem de linhas na terça e quarta.
Fonte: Reuters