(Reuters) – O dólar fechou em baixa ante o real nesta terça-feira, abandonando alta de mais cedo, conforme investidores colocaram nos preços expectativa de que a reforma da Previdência avance na Câmara dos Deputados.
A moeda norte-americana terminou em baixa de 0,26 por cento, a 3,9224 reais na venda.
Ainda pela manhã, a cotação chegou a subir 0,82 por cento, para 3,9650 reais.
Na B3, a referência do dólar futuro tinha queda de 0,46 por cento, a 3,9200 reais.
O real esteve entre as moedas de melhor desempenho ante o dólar nesta sessão.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara iniciou nesta tarde a reunião para analisar a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência.
A previsão original era que a PEC da Previdência fosse votada na CCJ na semana passada, mas diante da ameaça real de sofrer uma derrota no colegiado e da aliança pontual entre partidos do centrão e a oposição, o governo acenou com alterações no texto da proposta e prometeu analisar as indicações a cargos de segundo escalão.
A aposta majoritária do mercado é de aprovação do texto ainda neste ano, mas essa estimativa já representa um atraso, uma vez que seis meses atrás o cenário-base era de aprovação total da reforma até junho, notou o diretor-executivo de tesouraria e mercados globais do Itaú BBA, Christian Egan, em evento em São Paulo.
Segundo ele, os mais de 30 bilhões de dólares em hedge cambial na B3 por parte dos estrangeiros não indicam apostas direcionais contra o real, mas estão mais associados a aumento na demanda por proteção de posições em juros (na curva a termo e em títulos públicos).
O BofA ainda se diz “construtivo” sobre o Brasil e afirma “gostar” de posições compradas em real contra peso mexicano via contratos de câmbio a termo (NDFs).