O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, disse que plantas frigoríficas estão sendo reabertas em São Paulo, por causa da melhora nas perspectivas para os mercados de carnes no âmbito nacional e internacional. “Muitos fechamentos foram ocasionados pelas consequências da Operação Carne Fraca e agora vemos que este efeito negativo sobre o setor está sendo revertido”, afirmou nesta segunda-feira, dia 22, após encontro com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na sede da entidade, em São Paulo. O executivo não revelou quais empresas estão reabrindo unidades, mas disse que inclui os mercados de aves e bovinos.

A primeira etapa da Operação Carne Fraca foi deflagrada pela Polícia Federal em março de 2017 e a segunda, batizada de operação Trapaça, no ano passado. As duas operações investigavam fraudes e corrupção nos sistemas de fiscalização sanitária de proteína animal do país. Agora, Turra afirma que a imagem do Brasil melhorou a partir de medidas que foram tomadas ao longo da cadeia. Além disso, a demanda externa para carnes tem expectativa otimista em razão do surto de peste suína africana (PSA) na Ásia, principalmente na China.

À reportagem, o diretor executivo da ABPA, Ricardo Santin, acrescentou que o efeito dessa movimentação no mercado externo para os preços da proteína animal é uma das causas que beneficiam a retomada dos frigoríficos neste ano. O destaque, atualmente, é o setor de suínos, que já passa por aumento nos valores do animal vivo e da carne. “Veremos algo muito maior em termo de preços no segundo semestre”, estimou.

Suínos

Levantamento mais recente do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra que os cortes de suínos no atacado do estado de São Paulo têm alta expressiva neste mês. Entre março e a parcial de abril, calculada até a semana passada, o preço da costela suína teve o maior aumento entre os cortes acompanhados pelo Cepea, de 14,5%, com média a R$ 11,04 por quilo. O valor do corte carré está em R$ 7,57 por quilo, elevação de 3%. A paleta sem osso registra valorização de 6,6% de março para abril, com média de R$ 7,30 por quilo. (Canal Rural)