“Quanto relativo ao PIB da pecuária veio das exportações? Qual o produto mais vendido? Como ficou o balanço de vendas no ano? O que esperar de 2017?”

As exportações serão um importante pilar para o mercado pecuário em 2017. Afinal, o consumo doméstico está atravancado pela crise econômica brasileira que, apesar de apresentar indícios de reversão, ainda conta com uma necessidade de estabelecimento de agenda firme e objetiva para tomar velocidade de recuperação.

Assim sendo, vamos tratar o assunto como um capítulo de grande importância para acompanhar o mercado pecuário através de algumas perguntas estratégicas.

1. Quanto relativo ao PIB (Produto Interno Bruto) da pecuária veio efetivamente das exportações?

O PIB da pecuária recuou 0,05% em 2016 como resultado da desaceleração do setor em resposta à queda do consumo interno combinada à redução do volume e faturamento da carne exportada. Considerando um valor de R$ 0,39 trilhões para o PIB pecuário, podemos afirmar que as exportações representaram 4,71% desse valor.

2. Dentro do que vendemos, qual o produto que mais saiu (volume e faturamento)?

Que tal conhecermos o que vendemos? O que mais ajudou a escoar carne dentro do mix de produtos que comercializamos? E o que mais trouxe dinheiro para dentro?

Aposto que quem acompanha o mercado pecuário sabe que o principal produto exportado é a carne bvina in natura, responsável por 68,66% dos embarques em 2016 e 79,94% do faturamento. Para completar a análise, o segundo lugar fica com a carne industrializada, com 23,02% do volume embarcado e 12,36% do faturamento total. O terceiro lugar é ocupado pelos miúdos, com 6,7% do volume e 5,7% do faturamento. O quarto lugar fica com as tripas de bovinos, com 1,5% do volume e 1,6% do faturamento. E por último, a carne salgada embarcada, com apenas 0,16% dos embarques e 0,36% do faturamento.

3. Como ficou o balanço de vendas no ano?

As exportações totais de carne bovina somaram US$ 5,4 bilhões, valor 8,02% menor do que o apurado em 2015. Além do faturamento mais baixo, a valorização do Real frente ao Dólar também limitou os ganhos das indústrias exportadoras de carne.

Em termos de volume, foram 1,4 milhões de toneladas, número praticamente igual ao registrado em 2015 (1,39 milhões de toneladas). Houve surpresa positiva para o mês de dezembro, que acabou fazendo o jogo virar e trouxe um registrou de alta para o volume embarcado.

O destaque ficou por conta de Hong Kong mais uma vez, que levou 11% mais em relação a 2015 e aumentou 5% sua receita. A China mostrou um crescimento fantástico, como esperado.

Em 2017, a Agrifatto espera aumento de volume embarcado e faturamento devido ao forte foco da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina) em novos e promissores mercados, como a Coreia do Sul, Taiwan, Canadá, Indonésia, Japão e México, além do desenvolvimento de mercados já abertos como União Europeia (UE) e Japão, que além de tudo são bons pagadores.

A ampliação da presença brasileira nesses mercados poderia trazer uma excelente alavanca para as exportações brasileiras totais.

Considerando a projeção desenhada para os mercados citados, a Agrifatto estima aumento de 6,5% para o faturamento e 6% para o volume embarcado em 2017, projeção que ainda deve ser modificada ao longo do ano.

Um abraço e até a próxima semana.

 

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