(Reuters) – O dólar fechou em baixa frente ao real nesta quinta-feira, mas longe das mínimas do dia e contabilizando a maior alta semanal em um mês, fruto de dias de aumento de incertezas sobre a evolução da reforma da Previdência.

O dólar à vista caiu 0,11 por cento nesta sessão, para 3,9298 reais na venda.

Na semana, a cotação subiu 1,04 por cento, maior alta para o período desde a semana finda em 22 de março (+2,14 por cento).

Na B3, a referência do dólar futuro cedia nesta quinta-feira 0,22 por cento.

Notícias sugerindo maior disposição do presidente Jair Bolsonaro para negociar com partidos do centrão sobre a reforma chegaram a derrubar o dólar no meio da tarde. A cotação, que oscilava em torno da estabilidade por volta de 15h30, rapidamente passou a cair 0,76 por cento na mínima do dia, por pouco não caindo abaixo de 3,90 reais.

No fim do dia, porém, o mercado reduziu o ímpeto, conforme investidores ponderaram o teor das notícias e evitaram maior exposição ao risco antes de um feriado prolongado.

A semana foi marcada pela frustração com o adiamento da votação da admissibilidade do texto para a próxima terça-feira. Para o mercado, ficou novamente a sensação de problemas na articulação política, algo que à frente poderia afetar a potência fiscal da reforma.

O Citi considera que diluições no texto da reforma devem acontecer na Comissão Especial, mas alerta que “concessões já no início do processo apontam para redução na economia” a ser gerada com a reforma, que poderia cair do valor original de 1,1 trilhão de reais em uma década para 500 bilhões de reais.

Para os estrategistas do banco norte-americano, a evolução da reforma será bastante vulnerável a riscos e volatilidade associados ao fluxo de notícias, cenário que deve persistir pelos próximos meses quando o projeto for debatido na Comissão Especial. “Até lá, o real continuará tendo desempenho inferior a seus pares”, concluem os profissionais em nota a clientes.

Em abril, o real se desvaloriza 0,37 por cento ante o dólar. No mesmo período, o peso mexicano avança 3,3 por cento, o rand sul-africano ganha 3,2 por cento, o rublo russo aprecia 2,8 por cento, e o peso chileno sobe 2,7 por cento.