Marco Guimarães é administrador pela ESALQ/USP e trainee pela Agrifatto
Resumo da semana:
Os preços da arroba avançaram pela 5ª semana consecutiva e a média dos últimos 7 dias para o indicador do boi gordo ficou em R$ 158,38/@. Desde o início do ano, acumula alta de 6,58%.
As escalas de abate iniciaram esta semana atendendo a 5,0 dias, avanço de 27,7% ante a segunda-feira anterior (8). Em São Paulo, a alta foi de 15,0%, atendendo a 6,3 dias.
As exportações iniciaram o mês em ritmo mais lento que em março, porém, quando comparadas com o mesmo período do ano passado, cresceram. Ao longo do mês, o ritmo pode melhorar.
No mercado interno, o aumento do consumo sazonal neste período do mês permitiu avanços da carne no atacado, e o spread (diferença de preço da carne vendida ao atacado com o valor pago pela arroba bovina) se aproximou do campo positivo novamente.
- Na tela da B3
Os principais contratos futuros renovaram as máximas na última semana, refletindo as altas da arroba no mercado físico.
O vencimento de abril/19 fechou a última sexta-feira (12) em R$ 157,25/@, o maior valor negociado nessa temporada, acumulando alta de 3,45% desde o início do ano.
O contrato para maio/19 encerrou a semana negociado em R$ 155,00/@, registrando alta de 1,74% desde o início do ano.
Já o contrato para outubro/19 fechou a semana em R$ 159,00/@, e acumula alta de 1,29% em 2019. O contrato registrou a máxima na quinta-feira (11), quando fechou em R$ 159,10/@.
O spread entre os contratos de maio e outubro apresentou pouca variação ante a semana anterior e está em 2,6% (R$ 4,00/@). A diferença entre os contratos está menor quando comparada aos fechamentos dos mesmos meses em 2018 (R$ 147,16/@ em outubro e R$ 141,62/@ em maio), quando o spread ficou em 3,91% (R$ 5,54/@).
- Enquanto isso, no atacado…
Apesar de a carne bovina no atacado ter registrado queda no acumulado do ano, enquanto as proteínas alternativas avançaram, na última semana ela subiu mais do que as concorrentes.
A carcaça casada bovina subiu 2,08% no comparativo semanal e fechou a última semana cotada em R$ 10,58/kg. Nas duas primeiras semanas de abril acumula valorização de 2,82%.
A carne suína especial avançou 0,16% na mesma comparação e fechou a semana em R$ 6,37/kg. No mês, acumula alta de 0,24%.
Já a carne de frango resfriada subiu 0,85% e na última sexta-feira estava cotada em R$ 4,76/kg. Na primeira metade do mês, a alta é de 5,78%.
A previsão de alta para as proteínas do atacado na última semana se confirmou e, possivelmente, o cenário poderá se repetir nesta semana.
O spread (diferença de preços entre a carne bovina no atacado e a arroba do boi gordo), que na sexta-feira (05) estava em -2,46%, fechou a semana passada em -0,11% e pode voltar ao campo positivo nos próximos dias.
- No mercado externo
As exportações de carne bovina in natura referentes aos embarques dos 10 (dez) primeiros dias úteis de abril/19 contabilizaram um volume total de 52,34 mil toneladas e uma receita de US$ 195,66 milhões.
A média diária registrada foi de 5,23 mil toneladas, queda de 16,10% em relação à média do mês anterior, mas com avanço de 56,80% frente ao desempenho do mesmo período de 2018.
O preço médio por tonelada foi de US$ 3.738,51, ligeira alta de 0,48% em relação a março/19 e recuo de 6,61% quando comparado com o valor médio de abril/18.
Se o ritmo diário se repetir ao longo do mês, devem ser exportadas 109,91 mil toneladas de carne in natura, volume 56,8% maior ante o embarcado em abril/18.
Para mais detalhes sobre as exportações de carne bovina no primeiro bimestre de 2019 e perspectivas para este ano basta clicar aqui.
- O destaque:
Ao observar as variações mês-a-mês do indicador do boi gordo dos últimos 10 anos, alguns pontos que merecem destaque.
A variação média (de 2009 até 2018) entre abril e maio é de -1,87%. Se considerarmos o último fechamento futuro (12/abr) como preço final do indicador de abril, em maio teríamos uma arroba de R$ 154,41/@, mais ou menos em linha com o que aponta o mercado futuro.
Com a mesma metodologia, em outubro teríamos uma arroba de R$ 162,31 e, em novembro, de R$ 165,83.
Na média dos últimos 10 anos, o spread entre maio e outubro foi de 5,19%.
- E o que está no radar?
A queda de temperatura em algumas regiões e o ritmo menos intenso de chuvas indicam sinais da boca da entressafra de pastagens no médio prazo e, consequentemente, menor capacidade de lotação a pasto.
As escalas de abate se alongaram na última semana e, se esse movimento continuar, somado a um consumo interno menor na segunda metade do mês, as indústrias poderão começar a testar preços abaixo das indicações.
Por outro lado, a melhora da relação de troca boi gordo por milho, bem como o otimismo dos agentes de mercado, pode motivar uma terminação de animais no confinamento, colocando mais peso e um melhor rendimento de carcaça dos animais. Assim, uma oferta maior no curto prazo pode ser prorrogada para junho e julho.
Um abraço e até a próxima semana!