Marco Guimarães é administrador pela ESALQ/USP e trainee pela Agrifatto

Resumo da semana:

O mercado pecuário seguiu firme ao longo da última semana, com avanço das indicações nas praças levantadas pela Agrifatto.

A oferta limitada de animais terminados, ocasionando escalas curtas e reduzindo o estoque nas câmaras frias da indústria viabilizaram novos patamares de preços.

No comparativo semanal, a arroba do boi gordo avançou em 7 (sete) UFs e ficou estável apenas em Minas Gerais. A média-Brasil subiu 0,42% no período.

A duração média das escalas de abate, praticamente sem variação ante a semana anterior, fechou a última sexta-feira em 5,6 dias. Em São Paulo e Mato Grosso, as programações atendiam a 6,0 e 7,1 dias, respectivamente.

Na média da última semana o indicador do boi gordo ficou em R$ 152,66/@, registrando um avanço de 0,55% ante a semana anterior.

  1. Na tela da B3

Os contratos futuros para março e maio renovaram as máximas na última sexta-feira (22). Já o contrato para outubro fechou no maior valor desde o final de novembro/18.

O vencimento mais curto, para março, encerrou a última semana em R$ 153,50/@, um avanço de 0,16% ante a sexta-feira anterior (15).

O contrato para maio avançou 0,73% no mesmo comparativo e fechou a semana a R$ 152,75/@. Além de renovar a máxima, o vencimento também alcançou o maior volume de contratos negociados em um dia, com 1.837 na sexta-feira.

Já o vencimento para outubro encerrou a R$ 158,00/@, registrando avanço de 0,19% na semana. E o contrato deve buscar a próxima resistência em R$ 158,20/@.

Os avanços do mercado futuro aumentam a atratividade das estratégias de hedge para a venda de animais dos próximos meses. Na última sexta-feira, por R$ 1,00 por arroba, era possível adquirir um seguro de preço mínimo (PUT) em R$ 151,00/@ para maio ou julho.

  1. Enquanto isso, no atacado…

Apesar de tradicionalmente as carnes do atacado recuarem na segunda metade do mês, as três principais proteínas animais variaram pouco na última semana.

A carcaça casada bovina, no comparativo semanal, caiu 0,57% e fechou cotada em R$ 10,46/kg. No acumulado do mês, registrou avanço de 1,55%.

O frango resfriado subiu 0,90% e fechou a semana cotado em R$ 4,47/kg. Em março, aponta alta de 5,30%.

A carcaça suína especial também registrou alta, mas de 0,78%, e encerrou em R$ 6,43/kg. Neste mês, registra alta de 4,73%.

O avanço das carnes suína e de frango aumentou a competitividade da carne bovina pela redução do spread (diferença de preços) entre os produtos.

Nessa perspectiva, o recuo da proteína bovina no atacado pode acontecer em menor intensidade na próxima semana, última do mês.

  1. No mercado externo

As exportações de carne bovina in natura referentes aos embarques dos 9 (nove) primeiros dias úteis de março/19, contabilizaram um volume total de 62,62 mil toneladas e uma receita de US$ 233,10 milhões.

A média diária registrada foi de 6,96 mil toneladas, avanço de 20,53% em relação ao mês anterior e alta de 20,44% frente à média diária do mesmo período de 2018.

O preço médio por tonelada foi de US$ 3.722,35, ligeira queda de 0,82% em relação a fevereiro/19 e recuo de 6,16% quando comparado com o valor médio de março/18.

Se a média diária do volume exportado nos primeiros dias se repetir, projeta-se que em março serão embarcadas 132,2 mil toneladas (19 dias úteis), um novo recorde para período, posto que superaria em 5,4% as 125,5 mil toneladas exportadas em março/07.

Para mais detalhes sobre as exportações de carne bovina no primeiro bimestre de 2019 e perspectivas para este ano basta clicar aqui.

  1. O destaque da semana (e do mês)

Os reflexos da falta de chuva em dezembro e janeiro estão impactando o mercado pecuário. A oferta limitada de animais terminados permite avanços das cotações, tanto no mercado físico quanto no futuro.

O fortalecimento do indicador do boi gordo merece o destaque desta semana. A média da última semana ficou em R$ 152,66/@, maior patamar desde a 3ª semana de janeiro, quando esteve em R$ 153,08/@.

Antes de janeiro deste ano, em valores nominais, a última vez que a média semanal da arroba fechou acima deste patamar foi em julho de 2016.

  1. E o que está no radar?

Nesta semana, inicia-se a formação do valor médio para liquidação do contrato de março na B3.

A liquidação é feita a partir da média aritmética dos 5 (cinco) últimos fechamentos do mês, ou seja, de hoje (25) até sexta-feira (29) os valores irão compor a média para liquidação do contrato.

E a alta dos contratos futuros melhora os preços de venda antecipada para o pecuarista, tanto via mercado futuro quanto via opções.

A baixa oferta de animais prontos para abate sustenta a arroba no curto prazo, mas em um horizonte de 40/70 dias o movimento altista pode perder força pela aproximação do período seco. Por isso, as oportunidades de gestão de risco para o final da safra de capim se mostram mais atraentes.

Especialmente considerando a última cotação do indicador Cepea/ESALQ (R$ 151,20/@) comparada ao contrato que representa o fundo da safra, o maio/19 (R$ 153,25/@).

Fica aí a provocação.

Um abraço e até a próxima semana!