O mercado europeu chega a pagar até R$ 4 a mais por arroba ao pecuarista, segundo nota do Serviço Brasileiro de Certificações (SBC) divulgada à imprensa na terça-feira (19). E paga a mais pela carne bovina desde que ela seja produzida com normas preestabelecidas.
É justamente a certificação dessas normas e a habilitação de fazendas pecuárias que seguem as regras que representam uma importante janela de oportunidades para os produtores de carne bovina do país no futuro. Trata-se do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), que identifica individualmente os animais de fazendas que desejam fornecer carne para mercados mais exigentes.
Segundo o SBC, o Brasil possui 1.780 fazendas certificadas e aproximadamente 4,3 milhões de animais por ano são rastreados. A exportação brasileira representa 22% da produção, em que 18% deste total são destinados ao mercado europeu.
O Serviço Brasileiro de Certificações é uma das empresas credenciadas a realizar esse trabalho e, atualmente, atende 820 fazendas com identificação, sendo que aproximadamente 540 delas estão habilitadas para exportação à Europa. São 2 milhões de animais por ano, o que equivale a um pouco mais de 40% do mercado.
“Participamos ativamente desta evolução no ano passado e crescemos 15% em fazendas certificadas, além de outros 23% em animais rastreados. A certificação Sisbov traz lucro para toda a cadeia. Premia o pecuarista, valoriza os negócios dos frigoríficos, obtém proteína de qualidade e ganha a confiança dos consumidores exigentes”, disse na nota Sérgio Ribas Moreira, diretor do SBC.
O envio de carne bovina para um dos mercados mais exigentes do mundo, a União Europeia, cresceu 8,8% no ano passado – 118,3 mil toneladas ante 108,7 mil toneladas em 2017. “Basicamente, com os cinco cortes nobres da carcaça, algo perto de 80 kg por animal”, disse o SBC. O faturamento alcançado foi de US$ 728,1 milhões, 2,65% a mais do que em 2017, segundo dados da Abiec e da Apex Brasil.
Resultados que sinalizam o mesmo caminho trilhado pelo SBC em relação aos pecuaristas que acessam o mercado europeu. A empresa registrou em janeiro deste ano uma evolução de 26% no número de animais rastreados, em relação a janeiro de 2018. “O ano começou realmente acelerado, penso que 2019 será um ano promissor para as exportações de carne bovina”, analisou Moreira.
“Estamos projetando nosso crescimento em 2019 em 15%. Há demanda para que novos produtores ingressem no Sisbov, os frigoríficos estão fomentando, pois precisam atender aos compradores mais exigentes. E a certificação para a Europa ajuda a agregar mais lucro aos produtores”, concluiu o diretor do SBC.
O Serviço Brasileiro de Certificações é credenciado para as certificações Sisbov, Uso de Energia Renovável, Selo da Cadeia de Fornecimento e Protocolo Rúbia Galega. Possui ainda acreditação ABNT NBR ISO/IEC 17065:2013 no escopo GLOBALG.A.P. em frutas, vegetais e grãos. (CarneTec)