No encontro entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente americano, Donald Trump, Brasil e Estados Unidos concordaram em acordos para reduzir obstáculos no comércio e investimento. Nos jardins da Casa Branca, Trump afirmou que os dois países iriam estabelecer uma relação “justa”.
Por meio de uma comissão entre os dois países de relações econômicas e de comércio, Brasil e Estados Unidos pretendem explorar “novas iniciativas para facilitar comércio, investimento e práticas regulatórias”.
O Brasil anunciou com a cota de importação de 750 mil toneladas de trigo americano a uma tarifa zero de impostos e também com o “estabelecimento de bases científicas para a importação de carne suína produzida nos EUA”. Os EUA pressionam o Brasil pela abertura de mercado para a carne de porco, o que deve passar por avaliação de questões fitossanitárias.
Em contrapartida, os EUA concordaram em marcar a visita técnica ao Brasil para reabrir o mercado americano para carne crua bovina brasileira. Os americanos aumentaram os testes de qualidade sobre a carne fresca importada do Brasil depois da Operação Carne Fraca. Três meses depois da repercussão internacional da operação, o Departamento de Agricultura americano suspendeu a importação de carne crua brasileira.
A partir de então, o Brasil entrou em uma longa negociação e submeteu aos EUA uma série de formulários para certificar a qualidade da carne bovina fresca. A última etapa para reabertura do mercado é a visita técnica de autoridades dos EUA. Apesar de ser um mercado relativamente novo ao País, a venda para os americanos é vista como importante referência para as operações internacionais.
Os dois países também se comprometeram a negociar o acordo de reconhecimento mútuo de exportadores e importadores de larga escala, para facilitar as operações comerciais. Este era um dos acordos que o Brasil queria colocar no papel já nesta visita, mas houve apenas a intenção registrada no comunicado entre as duas nações.
Brasil e Estados Unidos também anunciaram a recriação do CEO Fórum, uma reunião de executivos dos dois países para discutir temas comuns.
Os EUA tentam reduzir a influência da China no Brasil. Questionado sobre como iria conciliar os interesses dos americanos e os negócios com os chineses, Bolsonaro afirmou, ao lado de Trump, que vai continuar a fazer negócio com “quantos países forem possíveis”.
(ESTADÃO: Beatriz Bulla, correspondente, e Ricardo Leopoldo, enviado especial)