O surto de peste suína africana na China, que já provocou o sacrifício de quase 1 milhão de animais, começa a entrar no radar dos analistas que acompanham os frigoríficos brasileiros com ações listadas na B3.

Embora ainda seja difícil precisar o volume que o país asiático terá de importar devido à redução do plantel — a China é responsável por 50% do consumo global de carne suína —, é consenso que os frigoríficos do Brasil e dos Estados Unidos serão beneficiados com a demanda de importações do país asiático.

Em relatório divulgado nesta semana, o analista Leandro Fontanesi, do Bradesco BBI, recomendou que os investidores cubram as posições vendidas (que apostam na baixa das ações) nos frigoríficos.
Na avaliação do Bradesco, as ações da BRF, maior exportadora mundial de carne de frango, estão muito desvalorizadas. O analista enxerga potencial de recuperação dos papéis da dona de Sadia e Perdigão.

O preço-alvo do Bradesco BBI para as ações da BRF é de R$ 30. Há pouco, os papéis da companhia subiam 6,8%, a R$ 22,16 na B3.

Hoje, o BTG Pactual também divulgou relatório destacando o potencial “disruptivo” da peste suína africana para o comércio global de carnes. De acordo com os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin, que assinam o relatório do BTG, a China responde por 13% das importações mundiais de carne.

Nesse cenário, o BTG recomendou a compra das ações de Marfrig e JBS. Esta última produz carne suína não só no Brasil, mas também nos EUA, destacou o BTG. Os americanos são os maiores exportadores de carne suína para os chineses.

No caso da Marfrig, que só produz carne bovina, os analistas do BTG avaliaram que ainda é difícil saber o impacto da peste suína africana na China sobre as cotações da carne bovina. No entanto, é certo que haverá um impacto positivo na demanda.

Há pouco, as ações da JBS subiam 3,82%, a R$ 14,95. Os papéis da Marfrig registravam alta de 2,71%, a R$ 6,07. O Ibovespa sobe 0,5%. (Valor)