A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse hoje que um dos principais desafios do Brasil é reduzir custos que influenciam a produção brasileira. “Precisamos trabalhar para diminuir custo”, disse em debate no 10º Encontro de Previsão de Safra Anec e Anea, realizado em Brasília. “Temos a tabela de frete que é preocupante.” A ministra citou ainda que, com o problema da peste suína africana, o Brasil precisa pensar em como pode crescer na suinocultura para exportar carne aos países asiáticos.

Em relação ao Plano Safra 2019/20, que será lançado nos próximos meses, a ministra disse que o “desafio é o volume de recursos” que será definido pelo governo. “Vamos ver se conseguimos avançar no seguro rural. Estamos brigando para aumentar a subvenção e dar tranquilidade ao agricultor, frente aos desafios de infraestrutura.”

No mesmo encontro, o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz Pereira, reforçou que a tabela de frete e questões tributárias são hoje grandes preocupações. “O tabelamento do frete trouxe prejuízo grande aos produtores rurais brasileiros. Um outro ponto que nos preocupa muito é a situação da Lei Kandir. Os Estados estão com muita dificuldade e, ao invés de buscar alternativa para melhorar gestão, veem o Brasil exportando 85 milhões de toneladas e pensam em tributar isso.”

Segundo o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa, a tabela do frete representa perda de competitividade para o Brasil. “Nós estamos dando tiro no nosso próprio pé. Com a tabela do frete e a interferência no mercado de frete, o Brasil perde competitividade do dia para a noite.” Ele ressaltou ainda a necessidade de reforma na Previdência. “Nossa estrutura previdenciária é um morto-vivo, precisamos fazer outra”, disse, citando ainda a mudança na estrutura tributária. “Mas muitas dessas coisas não podem ser resolvidas do dia para noite. Mesmo que se aprove reforma previdenciária e tributária, vamos ter que ter uma resiliência pelos próximos 10 anos, quiçá por duas décadas, até ir para um novo regime onde as coisas vão funcionar. Vamos ter que perseguir na rota traçada e na mudança aprovada.”

O secretário executivo do Ministério de Infraestrutura, Marcelo Sampaio, reconheceu as dificuldades que o setor enfrenta para escoar a produção. “Vamos precisar nos debruçar sobre o tabelamento do frete”, afirmou. Ele prometeu ainda uma solução para um dos grandes gargalos do setor, a necessidade de asfaltamento da BR-163. “O presidente Bolsonaro vai entregar a BR-163 totalmente pavimentada”, garantiu. (AE)