Após passar 2018 com poucas oscilações, a arroba do boi gordo deve encontrar espaço para registrar altas de preços em 2019. De acordo com a analista de mercado Lygia Pimentel, da Agrifatto, o cenário contribui inclusive para que as cotações trabalhem em patamares ainda não registrados no segundo semestre, possivelmente registrando seu pico de preço entre os meses de setembro e outubro.

A analista explica que o mês de janeiro começou com cotações firmes, mas que foram oscilando com a entrada da segunda quinzena do mês, quando o consumo interno de carne bovina passa a ser mais fraco. O cenário deve ser mantido em parte do primeiro semestre e deve ser revertido com a redução gradual da oferta de gado terminado, aliado ao bom volume de exportações projetado.

“Isso deve contribuir para que os preços subam consideravelmente a partir dos meses de maio e junho, puxando inclusive as cotações de animais de reposição”, destacou Lygia.

Além desses fatores, a analista destaca também o papel do mercado interno para a disparada dos preços. De acordo com ela, as oscilações positivas de importantes indicadores econômicos, como a queda no desemprego, trazendo a expectativa de uma possível alta do consumo interno, sobretudo, no segundo semestre.

Caso a retomada do consumo se concretize, Lygia acredita que o mercado do boi gordo tem tudo para alcançar valores ainda não registrados na série história e trabalhar acima de R$ 163, com pico de preços entre os meses de setembro e outubro.

O pico de preço do Indicador ESALQ/BM&FBovespa foi de R$ 159,49/@ registrado no dia 4 de abril de 2016. Na época, alguns analistas revelavam expectativas de que as cotações passassem de R$ 170/@ no mercado futuro, o que não se confirmou. (DBO)