O Estado de Mato Grosso utilizou 56,8% da capacidade industrial instalada para o abate de bovinos em 2018. Este é o maior percentual já registrado desde 2008, quando o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) iniciou a divulgação dos dados. Atualmente, o Estado pode abater até 30.440 animais por dia nos frigoríficos com inspeção estadual e federal. Porém, são abatidos cerca de 17.000 animais por dia.
A melhora é reflexo do aumento do volume de animais abatidos ano passado e, consequentemente, da maior produção de carne. Em 2018, Mato Grosso registrou o abate de 5,289 milhões de bovinos, alta de 9% em comparação com os 4,9 milhões abatidos em 2017, em que a utilização da capacidade de abate foi de 49%.
Para o presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne (IMAC), Guilherme Linares Nolasco, a utilização de 56% aponta que o Estado passou a utilizar mais da metade de sua capacidade, mas por outro lado ainda há uma possibilidade de expansão. “É possível identificar um potencial para utilizar até 44% da capacidade instalada e inspecionada no Estado. Ou seja, há espaço para ampliar a produção de carne”.
Para Nolasco, o aumento da produção depende de uma maior demanda do mercado e, por isso, a necessidade de expandir as exportações de carne e, também o consumo interno. “O IMAC vem trabalhando em busca de divulgar o potencial produtivo do Estado e a qualidade do nosso produto para buscar novos parceiros comerciais para as indústrias mato-grossenses. Com a indústria vendendo mais, o produtor também tem seu rebanho valorizado. É uma ação em conjunto”.
Além das indústrias e do setor da pecuária, a economia como um todo sente os reflexos da maior produção. No Estado, pelo menos 20.000 trabalhadores estão empregados nos frigoríficos. De acordo com o sindicato do setor, este número é até três vezes maior se considerados os empregos indiretos.
O rebanho do Estado aumentou de 2017 para 2018, passando de 29,7 milhões para 30,08 milhões. Segundo Nolasco, esta variação indica que os produtores estão investindo em tecnologia, visto que conseguem aumentar a produção de carne sem impacto no estoque de animais. (DBO)