Com a crise econômica e a consequente queda do consumo per capita de carne bovina, os frigoríficos promoveram um ajuste produtivo. O movimento teve início em março de 2015 através do fechamento de 44 plantas frigoríficas e outras 4 em 2016, movimento que foi refletido sobre o abate total de bovinos no período.
Gráfico 1. Variação anual dos abates totais no Brasil.
Fonte: Agrifatto
Isso fez com que o estoque total de bovinos ficasse “represado”, acumulando alta de 1,6% em 2016, de acordo com projeção da Agrifatto.
Considerando que a retenção de fêmeas no rebanho bovino brasileiro já acumula quase quatro anos, o inventário de bezerros é maior e, consequentemente, deve aparecer em forma de animais terminados disponíveis para o abate no período dos próximos 2-3 anos.
Isso é um fator negativo para as margens do pecuarista, que deve lidar com essa dificuldade para se manter produtivo nos próximos anos.
Outra questão que complica bastante as contas é que o consumo de carne bovina deve demorar um pouco mais do que o esperado para se recuperar, dada a intensidade da crise política que assola a economia e que complica o ajuste de contas que ajudaria a retomar o equilíbrio fiscal e econômico, voltando a recuperar os índices de desemprego, inflação e poder de compra. Em outras palavras, não haverá colchão de consumo para segurar a fase de baixa do ciclo desta vez, como ocorreu na virada anterior.
Portanto, olho vivo! O próximo ano possui enormes chances de ser triplamente desafiador. Oportunidades de fechar negócios com margem positiva devem ser aproveitadas.
A Agrifatto estará de plantão para deixá-lo a par delas. Bom fim de semana!