Brasília, 14/01/2019 – O secretário especial de Assuntos Fundiários, Luiz Antonio Nabhan Garcia, cobrou hoje “empenho total” do governo do Pará na identificação de cerca de 500 militantes da União Nacional Camponesa (UNC) que invadiram a fazenda Novo Mundo, em Itupiranga, a cerca de 750 km de Belém, na última sexta-feira. Em entrevista, Nabhan Garcia disse que a propriedade é considerada pelo Incra “altamente produtiva”. “Foi uma invasão agressiva, feita por elementos armados e que deixaram funcionários da fazenda em cárcere privado”, afirmou.
Pela manhã, proprietários da fazenda se reuniram com Garcia para pedir apoio. Eles vão entrar com pedido de reintegração de posse. Ao avaliar a primeira invasão de terras de porte do governo Bolsonaro, o secretário relatou aos jornalistas que conversou com o governador do Pará, Helder Barbalho, e o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado, Ualame Machado. “Pedimos que sejam tomadas medidas cabíveis dentro da esfera judicial”, disse. “Não estamos aqui para defender sem terra ou produtor rural, mas para cumprir a lei”, enfatizou Nabhan Garcia. “Não vamos aceitar práticas criminosas, que causam pânico e insegurança.”
Na conversa com a imprensa, o secretário especial disse que o governo avalia propostas para serem enviadas ao Congresso no intuito de endurecer a legislação na área agrária, mas ressaltou que a aplicação rigorosa das leis atuais já seria suficiente para. Ele afirmou ainda que o governo manterá a política de reforma agrária prevista pela Constituição. “A reforma agrária está na lei e vai continuar dentro da lei, seja para Pedro ou para Paulo”, disse. “Fora da lei é bagunça agrária.”
Garcia afirmou que a Secretaria de Assuntos Fundiários atua para tornar mais direto o repasse de recursos aos assentados do Incra. Ele fez críticas aos governos do PT por não reduzirem o número de acampados. “Por que tem acampamento com mais de dez anos na beira da estrada se tivemos 13 anos de governo do PT?”, questionou. “Muitas organizações querem usar pessoas humildes como massa de manobra”, completou. “A farra acabou.” (Leonencio Nossa) – AE