O Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) elevou ontem, 19, a taxa de juros nos Estados Unidos para o intervalo de 2,25% a 2,50% ao ano. A decisão, largamente esperada pelo mercado, marca o quarto aumento em 2018.

Com isso, os juros voltaram a atingir o maior nível desde março de 2008. No comunicado, o banco sinalizou que em 2019 as elevações devem ser “graduais” e que o ciclo de aperto monetário, iniciado em dezembro de 2015, se aproxima do fim.

Ao justificar a decisão, o Fed afirmou que o mercado de trabalho do país “continua se fortalecendo”, que a atividade econômica apresenta expansão a um ritmo “forte” e que os gastos das famílias cresceram de forma significativa.

O Fed reiterou que espera aumentar os juros de maneira gradual, o que seria “consistente com a expansão sustentada da atividade econômica, condições fortes do mercado de trabalho e inflação próxima da meta de 2%”. O presidente da instituição, Jerome Powell, afirmou que os dirigentes do Banco Central acreditam que deve haver duas altas de juros no próximo ano.

Comunicado
O Fed alterou a linguagem do comunicado no qual apontou os fatores que o levaram a subir a taxa de juros. A autoridade sugeriu cautela com a desaceleração do PIB mundial e os movimentos de elevada volatilidade nos mercados financeiros.

Economistas entrevistados pelo Estadão/Broadcast avaliaram que a mudança de tom era provável, pois esperam que o Fed desacelere o número de elevações de quatro altas em 2018 para duas em 2019.

Nos últimos dias, o presidente Donald Trump subiu o tom contra a elevação de juros. Em sua conta no Twitter, o republicano afirmou que o Fed não deveria deixar o mercado “ainda mais ilíquido do que já está”. Trump pediu para que os dirigentes “sintam o mercado e não se baseiem apenas em números inúteis”.