Com a volta da valorização dos preços do boi gordo em São Paulo, que voltou a trabalhar acima de R$ 150,00/@, o atacado acompanhou o movimento e o boi casado alcançou seu maior valor nominal em R$ 10,50/kg. Os preços, aliás, se mantiveram firmes ao longo do ano, favorecendo pela segunda temporada consecutiva para que o spread (diferença entre preços) entre a carcaça e a arroba se mantivesse trabalhando em campo positivo.

Olhando para os preços dar proteínas no atacado, observa-se que a carne bovina exibiu menor volatilidade de preços nos onze primeiros meses de 2018.

Resultado especialmente das exportações nos últimos meses do ano, enxugando a disponibilidade da proteína e permitindo maior sustentação – mesmo na segunda metade do mês quando o consumo é menor.

Já nos primeiros meses do ano, entre janeiro e maio, os preços no varejo da carne de frango recuaram 17,4%, para a mínima em R$ 5,12/kg. A carne suína, recuou em menor intensidade, queda de 3,5%, encerrando aquele mês com média de R$ 14,37/kg. Já a carne bovina passou por uma desvalorização de 3,0% no mesmo período, ficando em R$ 24/15/kg.

A perda de mercados compradores foi o principal fator que pressionou para baixo os preços da carne de frango e suína neste ano.

O valor da carne de frango foi impactado pelo embargo da União Europeia a 20 frigoríficos, além de alterações dos critérios do abate Halal pela Arábia Saudita e também por barreiras comerciais do Egito.

Já a carne suína repercutiu o embargo russo, que representava 40% de todo o volume exportado.

Com essas proteínas perdendo destinos no mercado externo, ampliou-se o volume do produto destinado ao já fraco mercado doméstico. Espera-se que a carne de frango recue em 5,10% as suas exportações, e que a carne suína tenha queda de 8,3% do volume enviado ao exterior.

Na esteira, a greve dos caminhoneiros completou o período de desajustes, que só foram exibir maior normalização em agosto.

Entretanto, com um ciclo de produção mais curto, as duas proteínas adaptaram a oferta ao longo do segundo semestre, e passaram por variações de preço menor no varejo.

A carne bovina, por sua vez, teve um bom ritmo de exportações e passou por variações mais brandas.

O volume embarcado deve crescer 11,1% ante 2017. A demanda interna, por meio do consumo per capita de carne bovina, recuou entre 2013 e 2016, mas a tendência é que a gradual melhora econômica, incentive o consumo da carne bovina ao longo dos próximos anos.