A produção de ração animal do Brasil deverá atingir um recorde em 2018, a 69,2 milhões de toneladas, estimou nesta quinta-feira o Sindirações, sindicato que representa a indústria no país.
O volume representa um crescimento de 0,6 por cento na comparação com o recorde anterior, registrado em 2017, afastando preocupações de que o setor teria uma queda na produção em 2018, devido a um ano mais fraco da indústria de carnes de aves e suína.
Incluindo o sal mineral, cuja produção deve finalizar o ano com crescimento de 5 por cento, a 3,13 milhões de toneladas, a produção total do setor de alimentação animal atingiria 72,3 milhões de toneladas, alta de 0,8 por cento na comparação com 2017.
Segundo o sindicato, a expectativa para 2019 é positiva, considerando cenário favorável para ano que vem do setor de carnes e também pela projeção de uma grande safra de grãos, principal matéria-prima do setor.
“Levando em conta o histórico apurado nos últimos anos e confiando na retomada econômica é possível apostar em avanço para a cadeia produtiva em 2019, já que seu desempenho é modulado sobremaneira pelo setor produtor/exportador de proteína animal”, disse vice-presidente-executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani, ao fazer um balanço do ano.
Nesta quinta-feira, o setor de produção de carnes de frango e suína, principal consumidor de ração no Brasil, divulgou expectativas positivas para 2019.
A produção nacional de carne de frango deve aumentar em 1,4 por cento em 2019, para 13,2 milhões de toneladas, graças a um maior alojamento de matrizes, enquanto a suína tende a crescer até 3 por cento, para 3,7 milhões, previu a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que também espera um crescimento de até 3 por cento nas exportações dessas carnes do país no próximo ano.
O Sindirações avalia que a grande safra de grãos esperada para o Brasil em 2019 deve amenizar custos para alimentar rebanhos e favorecer as margens da indústria de carnes.
“A generosa safra de grãos prevista também pode amenizar o custo da alimentação dos rebanhos e favorecer a cadeia produtiva de proteína animal, muito embora o recrudescimento do protecionismo comercial global, o enxugamento monetário americano, e principalmente, o adiamento das reformas estruturantes domésticas (Previdenciária e Tributária) podem despejar água fria na fervura”, comentou o dirigente.
Zani ponderou ainda que “a definição dos protagonistas do Poder Executivo e a renovação do Legislativo decerto aliviarão a tensão do empreendedor”, contribuindo para o investimento e geração de empregos, o que deve devolver alguma confiança ao consumidor. (Reuters)