Resumo da semana:
Na última semana registrou-se pressão positiva em praticamente todas as praças acompanhadas.
O encurtamento das programações de abate no período de aquecimento do consumo, foram os principais condutores dos preços. Registrando negociações à vista com boi comum entre R$ 152 e R$ 153,00/@ (para descontar impostos).
E ainda que as exportações continuem em alta, o consumo doméstico fragilizado pode trazer dificuldades para o mercado manter o equilíbrio muito acima desses patamares.
Já pelo interior do país o cenário é de firmeza para as cotações, especialmente nos estados da região Norte, no MT e em MG. Onde a oferta restrita continuará ditando as cotações em curto prazo.
Por fim, em um prazo relativamente mais longo, ou seja, passada as primeiras semanas de 2019, a chegada de fêmeas aos abates e um consumo doméstico possivelmente ainda enfraquecido, podem voltar os preços para patamares ligeiramente menores.
- Na tela da B3
Os contratos futuros subiram nos últimos 30 dias. Com as altas variando entre 1,35% e 1,62%, sendo que os avanços mais fortes aconteceram para os contratos mais curtos (com liquidez maior).
O fato é que a pressão positiva em bolsa aconteceu na esteira de um mercado físico fortalecido, abrindo oportunidades de hedge para 2019.
Mas indo além disso, as programações de abate já parecem indicar algum alívio. Embora esse movimento seja recente, e pontual para algumas indústrias em SP e no MS, uma revisão para baixo do indicador do CEPEA também pode esfriar as cotações em bolsa.
Ou seja, começa a aparecer no radar a possibilidade de preços futuros ajustando-se negativamente nos próximos dias.
- Enquanto isso, no atacado…
As proteínas fecharam novembro consolidando o movimento de alta daquele mês. O frango resfriado e a carcaça especial suína avançaram 6,85% na média. O boi casado se fortaleceu em menor intensidade, mas com alta de 2,50%.
Deste modo, o spread carne com osso/arroba manteve-se em patamares positivos ao longo de todo o mês de novembro, e a taxa de 3,0% crava o 2º melhor resultado mensal de 2018 – atrás apenas da média de junho – próximo a 5,5%.
Lembrando que a paralisação dos caminhoneiros ao final de maio alterou toda a dinâmica do mercado, pressionando fortemente os preços naquele mês.
- No mercado externo
As exportações de carne bovina in natura fecharam novembro com manutenção dos níveis observados neste segundo semestre.
O volume total embarcado no mês somou 130,57 mil toneladas, com a média diária dos embarques avançando 5,7% em relação ao mês anterior, e subindo 13,10% ante o mesmo período de 2017.
Já as exportações na primeira semana de dezembro começam o mês ligeiramente menores, com recuo de 1,10% do ritmo diário ante o mês anterior. Ainda assim, os embarques de 32,28 mil toneladas no início de dezembro estão 18,90% maiores ante o mesmo período do ano passado.
Seguindo este ritmo, as exportações de carne bovina in natura devem encerrar 2018 com alta de 11,50% – com embarques acima de 1,2 milhão de toneladas.
4. O destaque da semana:
O destaque da semana fica para negociações em SP alcançando, recentemente, preços em R$ 155,00/@ (equivalente a R$ 152,65/@ descontado o Funrural).
As negociações ainda são pontuais, mas colaboram para manter a média no estado fortalecida.
Além disso, este patamar deverá ser uma resistência de preços difícil de ser rompida, especialmente com a segunda metade de dezembro se aproximando, e ainda com janeiro na sequência – quando o consumo costuma ficar ligeiramente menor.
5. E o que está no radar…
No radar fica a possibilidade dos preços em SP perderem fôlego na segunda metade do mês, embora continuem sustentados pela relação ajustada entre a oferta e a demanda.
Ou seja, a tendência altista pode desacelerar, mas há fatores que colaboram para suporte de preços. Nas próximas semanas, a retenção de boiadas deverá ser o principal fator para equilibrar as cotações.
Por enquanto, os contratos futuros trabalham com uma janela de valores entre R$ 150 e R$ 151,80/@. Porém, a curva futura também pode passar por acomodações, devolvendo parte dos ganhos recentes.
Um abraço e até a próxima semana!