As exportações brasileiras de carne bovina – que consideram o produto in natura, industrializado, além de cortes salgados e miúdos – devem aumentar 10,7% em 2019, para 1,8 milhão de toneladas, estima a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Em receita cambial, a perspectiva é de crescimento de 11%, para US$ 7,260 bilhões.

Mesmo sem ter detalhes sobre quanto o mercado chinês deverá ampliar nas compras de carne bovina brasileira, com a possível habilitação de novas plantas, o presidente da Abiec, Antonio Jorge Camardelli, espera que a China seja um dos players mais relevantes em volume embarcado para o Brasil no ano que vem.

“Acredito que podemos faturar US$ 1,8 bilhão somente com a China em 2019. Neste ano, até novembro, já houve receita de US$ 1,359 bilhão e devemos fechar 2018 com US$ 1,5 bilhão”, afirmou o executivo. Em volume, a expectativa é terminar este ano com 328 mil t embarcadas para o país asiático e atingir 431 mil t em 2019.

Outro fator já contabilizado nessas projeções é a reabertura da Rússia para cinco plantas brasileiras, oficializada em novembro deste ano. Até o momento, apenas dois ou três lotes foram enviados ao russos desde a habilitação, por causa de questões logísticas. A projeção é que o fluxo de embarques seja regularizado depois da primeira quinzena de janeiro. Com as cinco plantas, cerca de 6 mil toneladas serão enviadas aos russos mensalmente, metade do que era exportado antes do embargo, até dezembro de 2017.

“Motivamos o Ministério da Agricultura a fazer um questionamento sobre esse gap entre o número de plantas que já tivemos habilitadas para a Rússia, que chegou a 22, e o atual, de apenas seis”, comentou Camardelli.

Na questão cambial, a expectativa da associação é trabalhar com dólar entre R$ 3,90 e R$ 3,92, em linha com as projeções de instituições financeiras, e que influencia diretamente na receita esperada. (AE)