Resumo da semana:

O mercado pecuário segue com poucas alterações desde o nosso último boletim semanal, sendo que os feriados recentes colaboraram para o cenário de estabilidade.

Vale destacar que os preços de balcão continuam firmes. Ilustrado pelo indicador do CEPEA que renovou a máxima do mês ao atingir R$ 147,95/@ (23/nov) – o maior valor em mais de 30 dias.

Entretanto, as programações de abates em SP que se estendem até o início de dezembro, levantam dúvidas se o indicador conseguirá mantém esse patamar.

Além disso, a recente alta do indicador do CEPEA distanciou a referência paulista dos outros estados. Mas considerando a restrita disponibilidade de animais prontos pelo interior do país, principalmente na região norte, os diferenciais de base podem se ajustar.

Esse ponto entra no radar como fator que pode indicar alta mais consistente das cotações, que ainda resistem em buscar patamares mais altos.

Por fim, a curva futura da B3 variou pouco na última semana. Os contratos conseguiram acumular pequenas altas, porém, a baixa liquidez compromete as variações. No momento, players aguardam confirmação do lado da demanda para posicionamento em bolsa.

 

  1. Na tela da B3

Os contratos futuros para o boi gordo na B3 (antiga BM&F) contaram com movimentação comedida na última semana.

Os volumes de negócios diminuíram ante o início do mês, com predomínio de movimentação técnica. O fato é que players aguardam para confirmar um fortalecimento do consumo no início de dezembro, o que pode oferecer pressão positiva mais consistente aos valores em bolsa.

E muito embora a alta tenha sido tímida, os preços na B3 se fortaleceram na última semana. O vencimento mais curto, para novembro/18, subiu na esteira do indicador do CEPEA. O contrato avançou 0,20% enquanto a referência da Esalq registrou alta de 0,85%.

Já os contratos para dezembro e janeiro/19 subiram na mesma medida – ambos com alta de 0,30%. Por fim, o vencimento em maio/19 manteve-se estável em R$ 150,00/@.

A baixa liquidez restringe a movimentação em bolsa. Mas a perspectiva de consumo doméstico mais firme em dezembro pode ditar novas altas.

E ainda, apesar de movimentação tímida, a atual relação de preços na B3 ainda oferece oportunidades de fixação de preços.

 

  1. Enquanto isso, no atacado…

Após sucessivos reajustes positivos para a carcaça casada desde o início de novembro, a última semana também foi marcada por estabilidade das cotações.

Lembrando, o atacado perdeu fôlego no final de outubro, em resposta ao mercado mais frouxo no final do mês. Já nas três primeiras semanas de novembro, o boi casado subiu 2,30%, conseguindo recuperar os patamares perdidos.

Atualmente, a proteína bovina mantém-se sustentada, com a sua cotação ao redor de R$ 10,10/kg. Além disso, as proteínas alternativas também andaram de lado – preservando a competitividade da carne bovina nesta reta final de 2018.

Portanto, sem muitas novidades no atacado, o spread carne com osso/arroba se mantém positiva – e nos mais altos patamares do ano.

 

  1. No mercado externo

Nos 15 primeiros dias úteis de novembro o país embarcou 107,88 mil toneladas de carne bovina in natura.

Assim, a média diária fica para 7,20 mil toneladas, o que representa avanço de 16,40% em relação ao mês anterior e alta de 24,60% frente à média diária do mesmo período de2017.

E como o ritmo de exportação acelerou ante o início do mês, a projeção foi reajustada. A estimativa atual fica para 143,80 mil toneladas até o final deste mês, que se confirmado será ampliação de 25% ante o mesmo período do ano passado.

No acumulado do ano, a perspectiva é que as exportações nos 11 primeiros meses de 2018 fiquem 12,70% maiores.

 

  1. O destaque da semana:

Na queda de braço entre a oferta e a demanda, é o consumo doméstico enfraquecido que predomina na precificação.

Já que mesmo a restrição de animais prontos não é suficiente para revisões consistentes dos preços pecuários.

É fato também que as exportações aquecidas colaboram para sustentação, mas o escoamento lento limita a pressão positiva.

Mas o início de dezembro com programações de abate estreitas – Principalmente na região Centro-Norte do país, podem pressionar para cima as cotações no curto prazo.

Um movimento de alta pelos outros estados pode apontar para alta mais consistente da arroba, e é este o ponto que está no radar.

 

  1. E o que está no radar…

Na última sexta-feira (23/nov), o indicador subiu a R$ 147,95/@ após alta de 1,06% – o maior valor em 30 dias.

Mas com as programações de abate das indústrias paulistas atendendo até o início de dezembro, é bastante improvável que o indicador do CEPEA supere valores muito maiores que a última referência.

Já nos outros estados, a menor oferta de animais terminados pode manter as indicações mais firmes.

Ou seja, fica no radar o comportamento dos diferenciais de base. A tendência esperada é de preços nos outros estados mais próximos da referência paulista, alimentando perspectiva de mercado mais firme nas semanas seguintes.

 

Um abraço e até a próxima semana!